Lula deve assinar ainda nesta terça-feira (28) um decreto que irá recriar o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Em 2019, o órgão foi desativado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os conselheiros e a presidente do Consea, Elisabetta Recine, que compunham o órgão antes da desativação voltarão aos cargos.

"Em 2019, Jair Bolsonaro fez da desativação do Consea um de seus primeiros atos oficiais. A volta do Brasil ao mapa da fome é apontada como uma das mais drásticas consequências do desmonte de políticas promovido nos últimos quatro anos nessa área", diz a nota do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social Família e Combate à Fome.

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O Consea foi criado durante o governo de Itamar Franco, em 1993. Apenas dois anos depois da criação, Fernando Henrique Cardoso substituiu o Consea por outro programa, o Comunidade Solidária. O Consea só foi restabelecido em 2003, durante o primeiro mandato de Lula.

Após o governo Bolsonaro extinguir o Consea, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura no Brasil (FAO) chegou a manifestar, na época, preocupação com a interrupção das atividades do conselho.

Um levantamento feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) e divulgado em junho de 2022 mostrou que o Brasil tem cerca de 33,1 milhões de pessoas sem ter o que comer diariamente. Esse número é quase o dobro do de pessoas em situação de fome estimado em 2020.