O advogado criminalista José Carlos Dias é o convidado do Provoca desta terça-feira (29). Apresentado por Marcelo Tas, o programa vai ao ar na TV Cultura, às 22h.
Na entrevista, os dois conversam sobre o trabalho do entrevistado durante e pós-ditadura, sua opinião a respeito da função dos presídios e seus casos mais marcantes.
Relembrando suas ações relacionadas ao regime militar, o advogado conta como foi defender diversos perseguidos políticos e relembra o depoimento de Paulo Malhães, ex-tenente e assassino confesso, que expôs a forma que enterrava os corpos mortos para não serem encontrados.
“Eu e a Rosa [Cardoso] começamos a cutucar sobre o que ele via, o que ele fazia e como fazia. ‘Eu arrancava os dentes para que a pessoa não fosse identificada pelos dentes, e quando precisava eu arrancava as mãos também’. E ele foi falando e acabou dizendo tudo. Um mês depois ele foi morto”, revela.
No segundo bloco, quando questionado por Tas qual o objetivo dos presídios e se eles são funcionais, Dias opina que “a prisão é um mal necessário”, mas que não cumpre sua função com excelência. “[O presídio] deveria ser destinado somente àqueles que realmente praticaram crimes, atos que, em liberdade, seriam perigosos para nós. (...) A prisão deveria ser para devolver o cidadão à sociedade melhor do que entrou. E, na verdade, as prisões hoje em dia são escolas do crime”.
O “advogado de porta de cadeia”, como ele mesmo se denomina, fala também sobre sua família e conta os seus casos mais memoráveis, citando a “Rua Cuba”, a exemplo do caso mais difícil ganho, além da defesa de Katia Rabelo, como a derrota em que mais aprendeu.
“Quando eu defendi no Supremo Tribunal Federal a Katia Rabelo, que era presidente do Banco Rural, eu fiquei abalado. Porque eu achei uma injustiça, que ela não poderia ter sido condenada”, diz Carlos Dias.
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