O Roda Viva desta segunda-feira (10) recebe Celso Rocha de Barros, cientista político e doutor em sociologia pela Universidade de Oxford.
O jornalista Pedro Doria pergunta sobre a esquerda brasileira, compara com outros países na América do Sul e questiona se os militantes pararam no tempo. Barros discorda e explica que o cenário é um pouco pior, pois acredita que muitos políticos esquerdistas estão “voltando no tempo”.
“Não acho que a esquerda ficou presa na década de 1960. A esquerda brasileira voltou para isso. Se pegar o PT em sua origem, por exemplo, ele era radicalmente contrário ao ‘Getulismo’ e todos projetos desse estilo. Em 1989, o partido defendia participação do Estado na economia, mas no programa estava escrito que ‘não iria defender esse tipo de Estado desenvolvimentista’”, explica.
O sociólogo também acredita que não houve uma renovação da esquerda e de quadros políticos depois dos anos 1990. Na visão dele, isso fez com que muitos voltassem a discursos antigos ao invés de se optar por atualização.
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“Tem discursos de 1980 que parecem mais avançados do que alguns de agora. Mas a tendência é, caso a democracia brasileira se estruture de novo, acontecer o que aconteceu no Chile e na Colômbia. A esquerda vai avançar para uma posição de falar abertamente contra regimes autoritários”, conclui.
Assista ao programa completo:
Participam da bancada de entrevistadores o filósofo Joel Pinheiro da Fonseca, Pedro Doria, editor da startup de jornalismo Meio, Cris Bartis, co-fundadora da plataforma Mamilos de Diálogo, Rodrigo Piscitelli, repórter da TV Cultura, e Denilde Holzhacker, cientista política da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Com apresentação de Vera Magalhães, o Roda Viva vai ao ar toda segunda-feira ao vivo, às 22h, na TV Cultura, site da emissora, canal do YouTube, e nas redes sociais Twitter e Facebook.
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