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“Se não fosse o STF, mais de um milhão de pessoas teriam morrido de Covid-19”, diz Gilmar Mendes

No Roda Viva, ministro analisa trabalho da Corte na pandemia e critica política de saúde de Bolsonaro


08/05/2023 22h54

O Roda Viva desta segunda-feira (8) recebe o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A apresentadora Vera Magalhães relembra dos ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro ao STF e como ele pintou a Corte como uma inimiga. Dessa maneira, ela pergunta para Mendes se ele concorda com a proposta bolsonarista de mudar as indicações de ministros. Ele responde que não concorda e também é contra mandatos para os juízes.

“Se viesse uma proposta de mandatos para ministros, teria que se mudar uma série de coisas. Viriam também propostas de mudanças no modelo de indicações. A Câmara, por exemplo, poderia indicar, o Senado também. Isso seria um problema”, afirma.

Na avaliação de Mendes, se tem um dos poderes que precisa de mudança, não é o Judiciário. Para dar peso ao seu argumento, ele cita medidas consideradas “eleitoreiras” aprovadas pelo Congresso no ano passado.

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“O Congresso, ao final do Governo Bolsonaro, aprovou duas leis complementares para baixar o preço do combustível. Carater eleitoreiro. Aprovou as PECs da Enfermagem e Kamikazes. Mas quando aparece proposta de reforma, é do STF. Curioso, né?”, argumenta.

E para rebater o ataque dos bolsonaristas, o ministro lembra do trabalho da Suprema Corte na pandemia. Na visão dele, foi fundamental para salvar a vida de brasileiros.

“O que era o Governo Bolsonaro no quesito de saúde pública? Era uma política do Jim Jones. Algo de ‘vamos matar todo mundo’. Uma política de ‘libera geral’ e deixar que todo mundo morra. Havia até uma teoria do deputado Osmar Terra nesse sentido. O que fez o STF? Disse que estados e municípios poderiam estabelecer isolamento social. Se o Supremo não tivesse atuado, atuado da forma como atuou, nós não estaríamos com 700 mil mortes, passaríamos do milhão”, completa.

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Ao final, ele admite que o STF atrapalhou os planos de Bolsonaro na pandemia, mas foi algo “para o bem da população brasileira”.

Assista ao programa completo:

Participam da bancada de entrevistadores Isadora Peron, repórter do Valor Econômico, Felipe Recondo, jornalista do site Jota, João Almeida Moreira, jornalista português correspondente do Diário de Notícias, Eloisa Machado de Almeida, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV) e doutora em Direito, e Ricardo Brito, repórter da Agência Reuters.

Com apresentação de Vera Magalhães, a entrevista vai ao ar ao vivo a partir das 22h na TV Cultura, no site da emissora, YouTube, Tik Tok, Twitter e Facebook.

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