Ministro do Desenvolvimento Agrário ironiza CPI do MST: "vão ver que ali tem suco sem trabalho escravo"
Paulo Teixeira participou de um evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em São Paulo
14/05/2023 09h31
Em visita a uma feira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em São Paulo, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, ironizou a comissão parlamentar de inquérito que pretende investigar o MST.
“Vão achar coisas interessantes. Vão ver que ali tem suco de uva que não tem trabalho escravo, vão encontrar produtos que não têm agrotóxicos, vão encontrar soja não transgênica”, disse o ministro, fazendo referência à vinícolas do Rio Grande do Sul que funcionam com trabalhadores em situação análoga à escravidão.
A fala é uma tentativa de minimizar os efeitos da comissão, que tem potencial para causar danos. A Feira Nacional da Reforma Agrária também contou com a presença do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin. Ele também criticou a eventual instauração da CPI.
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“Eu sou muito cauteloso com essa história de CPI. Nós precisamos de mais Montesquieu e menos Conan Doyle. O trabalho do legislativo é legiferante, não é policialesco”, afirmou.
Os partidos já indicaram 13 dos 27 titulares para a CPI, todos ligados à oposição e alinhados à bancada ruralista.
De acordo com o professor da FESP/SP e ESPM Paulo Nicolli Ramirez, a comissão do MST tem como intenção contrapor a CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro.
“São situações que acabam colocando tanto o atual governo quanto o anterior em saias justas, já que Bolsonaro estaria muito relacionado à CPI do 8 de janeiro e o Lula, que tem uma relação histórica com o MST, com essa CPI do MST”, explica.
Assista à matéria do Jornal da Cultura sobre o tema:
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