O governo de Nayib Bukele intensificou a perseguição aos jornalistas do país. Nesta terça-feira (6), o diretor da polícia salvadorenha, Mauricio Arriaza Chicas, informou que os repórteres que denunciaram e investigaram as negociações secretas entre o governo do então presidente Mauricio Funes e as gangues serão processados.
Leia mais: STF pode retomar nesta quarta-feira (7) o julgamento a respeito do Marco Temporal
A chamada “trégua” foi acertada em 2012 e permitiu reduzir os índices de violência naquela época em El Salvador.
“Aqueles líderes políticos, como alguns jornalistas que também estiveram nessa trégua, os encarregados da política de justiça e persecução penal a qualquer momento os mostrarão no nível judicial”, alertou Arriaza.
A justiça salvadorenha condenou o ex-presidente Funes a 14 anos de prisão no final de maio por ter negociado a chamada trégua com gangues durante seu mandato (2009-2014). Funes buscou refúgio na Nicarágua em 2016, onde conta com a proteção de Daniel Ortega.
A divulgação das negociações entre o governo e as gangues gerou um escândalo político em El Salvador, país mergulhado em violência brutal.
O jornal digital El Faro foi um dos primeiros a denunciar as negociações, tornando-se alvo de críticas do governo. “O diretor da polícia anuncia que irá atrás dos jornalistas que cobriram a trégua. Este país não teria conhecido a trégua sem o jornalismo, nem os muitos pactos posteriores, incluindo o do governo Bukele. Isso é escandaloso!", escreveu no Twitter o jornalista Óscar Martínez.
Leia também: Feriado de Corpus Christi terá dias ensolarados e sem chuva
REDES SOCIAIS