Levantamento do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz) divulgado nesta quarta-feira (21) mostrou que 62% dos indígenas Yanomami vivem muito próximos de áreas com floresta alterada por não-indígenas, os colocando em situação de risco imediato. Essa porcentagem corresponde a mais de 17 mil indígenas.
As causas do desmatamento das terras Yanomami são as queimadas, derrubada de árvores e o garimpo ilegal.
“Percebemos que havia muitos dados importantes disponíveis, mas eles precisam ser ordenados e analisados. Com os resultados produzidos pelo estudo, esperamos auxiliar no planejamento de ações para enfrentar a crise de saúde nas comunidades Yanomami, não apenas em momentos de emergência, como agora, mas também nos próximos anos. Essa análise é um passo inicial que precisa ser aprimorado com informações de campo e monitoramento”, explica Diego Xavier, pesquisador do Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz e integrante do grupo Geo-Yanomami.
O estudo também mostra que, dos mais de 25.000 km de extensão de rios que passam pela região, cerca de 2.000 km registram a presença de indígenas morando às suas margens. 53% deles estão potencialmente contaminados, atingindo uma população de cerca de 12 mil indígenas.
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Para a elaboração do documento, o Icict/Fiocruz contou com o auxilio do relatório “Yanomami sob ataque”, publicado pela Hutukara Associação Yanomami em abril de 2022.
Vale lembrar que, pela primeira vez desde 2020, os alertas de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami zeraram. O monitoramento feito por satélite pela Polícia Federal (PF) não registra áreas exploradas há mais de um mês. Os dados foram divulgados na última terça-feira (20).
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