O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (31), que irá implantar salas de amamentação nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A divulgação foi feita pela ministra Nísia Trindade durante o evento de lançamento da campanha nacional de incentivo à amamentação.
De acordo com o governo federal, um projeto piloto da iniciativa já está em fase de implantação. Espaços destinados à amamentação já estão em funcionamento em cinco estados: Pará, Paraíba, Distrito Federal, São Paulo e Paraná.
“A iniciativa visa apoiar mães que trabalham fora, especialmente aquelas que estão no mercado informal e não têm o amparo da legislação”, informou o comunicado do Ministério da Saúde.
O anúncio, que acontece um dia antes do início da Semana Mundial de Aleitamento Materno, é referente à campanha cujo tema deste ano é “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”.
“Se for necessário amamentar em público, nós vamos”
Além de associar o aleitamento adequado com a redução da mortalidade infantil, a ministra falou sobre os preconceitos que inúmeras mulheres sofrem durante a maternidade:
“Quantas mulheres foram desrespeitadas no shopping ou no transporte público, só porque estavam amamentando? Nós podemos amamentar, preferencialmente em lugares seguros. Que haja espaço nos postos de saúde, nas empresas, mas se for necessário amamentar em público, nós vamos, porque esse é um direito nosso e da criança e, por isso, essa campanha tem tanta importância”, destacou.
Ao implementar salas de amamentação nas Unidades Básicas de Saúde, que estão mais próximas do local de residência e trabalho, o Ministério pretende facilitar o acesso para que mulheres tenham local apropriado para retirar, armazenar o leite e receber todo o apoio para dar continuidade à amamentação.
Metas de aleitamento
De acordo com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) de 2021, a prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no Brasil foi de 45,8%. O número indica que o país vem evoluindo nas taxas de amamentação ao longo das décadas, mas ainda está abaixo do recomendado.
A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é a de que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. Além disso, a expectativa para 2030 é que esse índice chegue a 70%, a mesma quantia colocada como meta pelo governo brasileiro.
O Ministério da Saúde recomenda que as crianças sejam amamentadas até os dois anos ou mais e de forma exclusiva até o 6º mês de vida.
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Benefícios da amamentação
O Ministério da Saúde destaca que a amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil.
O aleitamento adequado reduz as possibilidades de diarreias, afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos. Ao mesmo tempo, traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.
Na prática, estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas preveníveis.
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