Representante da UE alerta para o risco de crise alimentar após fim de acordo entre Rússia e Ucrânia
Josep Borrell pede que Putin seja pressionado a voltar com a exportação
03/08/2023 13h10
O alto representante de Política Exterior da União Europeia, Josep Borrell, solicitou aos países do G-20 e aos países em desenvolvimento, por meio de uma carta, “apoio para requisitar que a Rússia retorne às negociações, bem como para parar os ataques à infraestrutura agrícola ucraniana”.
A saída da Rússia do acordo que dava vazão aos grãos ucranianos através do Mar Negro pode agravar a crise alimentar já sofrida por países da África e do Oriente Médio, como o Afeganistão, segundo o texto.
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A decisão do Kremlin foi anunciada em 17 de julho, finalizando o acordo firmado pela ONU e com mediação da Turquia, vigente desde o início da invasão russa na Ucrânia. Kiev é um dos maiores produtores e exportadores de cereais da Europa. “Esta decisão foi amplamente condenada pela ONU e por governos de todo o mundo, incluindo a União Europeia, por agravar a crise alimentar global, colocando em risco centenas de milhares de pessoas vulneráveis", lamenta Borrell na carta, de acordo com o jornal El País.
A data do texto é 31 de julho, alguns dias depois da cúpula Rússia-África, que ocorreu em São Petersburgo, na qual Vladimir Putin prometeu frete grátis de 25 mil a 50 mil toneladas de grãos russos para o continente. “Esta é uma política cínica de usar a comida como arma para criar novas dependências e exacerbar as vulnerabilidades econômicas e a insegurança alimentar global”, acusa Borrell.
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