O que você sabe sobre o transplante cardíaco?
Entre 2000 e 2015, mais de 2 mil procedimentos foram feitos no Brasil; confira quando há necessidade, qual o tempo médio de espera e possibilidade de rejeição
23/08/2023 07h24
O Hospital Albert Einstein, onde Fausto Silva está internado, informou no último domingo (20) que o apresentador precisará de um transplante cardíaco. Com insuficiência cardíaca, “Faustão” aguarda por um doador na fila.
Diante da informação, foram levantados diversos questionamentos, como por exemplo: qual o tempo médio de espera por um coração? Como funcionam os transplantes de órgãos no Brasil?
Parte burocrática
Números levantados pelo Ministério da Saúde apontam que o Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por financiar e fazer mais de 88% de todos os transplantes de órgãos do país. Entre janeiro e novembro do ano retrasado, mais de 12 mil procedimentos foram realizados.
O órgão responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes é o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), também vinculado ao Ministério da Saúde.
A fila de espera pelo transplante cardíaco pode variar conforme o estado de saúde do possível receptor, mas o tempo médio é de 18 meses de aguardo.
Quando é recomendado
A pasta também aponta que as principais doenças cardíacas são aneurisma de aorta abdominal, angina, arritmia cardíaca (alterações nos batimentos cardíacos), ataque cardíaco (infarto), cardiopatia congênita, insuficiência cardíaca, miocardite e pressão alta.
Ainda de acordo com o ministério, “o transplante de coração é recomendado a pessoas com insuficiência cardíaca e que não respondem a nenhum tratamento ou cirurgia”.
Os exames que podem ajudar na identificação de eventuais problemas no coração são angioplastia, cateterismo, cintilografia, ecocardiograma, eletrocardiograma, holter e monitor de eventos eletrocardiográficos.
Resultados
O “Monitoramento do transplante cardíaco no Brasil”, um documento da Saúde que coletou para análise casos de 2000 a 2015, aponta que 2.211 pacientes foram submetidos ao procedimento no recorte de tempo em questão.
O levantamento ainda mostra as diferenças entre pessoas com e sem o registro de medicamentos: “a probabilidade de estar vivo no 1º e 16º ano de acompanhamento dos pacientes que realizaram transplante cardíaco no Brasil, no período estudado, foi de 71,1% e 30,5%, respectivamente”.
A sobrevida mediana dos pacientes, no geral, foi de 8,6 anos, ainda de acordo com o estudo. O tempo médio de acompanhamento para cada paciente foi de 38 meses.
Rejeição
O corpo de um paciente pode rejeitar o coração transplantado em duas hipóteses: no caso de células inflamatórias ou no caso de anticorpos. Os casos são denominados como “rejeição celular” e “rejeição humoral”, respectivamente.
A rejeição ao enxerto também pode ocorrer logo após a cirurgia, depois de dias ou meses e até de forma tardia. Dentro dessas possibilidades, são chamadas as rejeições “hiperaguda”, “aguda” e “crônica”.
“Ao longo dos anos, os cuidados pós-operatórios se desenvolveram amplamente, proporcionando melhores resultados no transplante. Dentre estes avanços, está a imunossupressão, que consiste no bloqueio do sistema imune visando controlar o fenômeno da rejeição”, aponta o Monitoramento do transplante cardíaco no Brasil.
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