Movimentos negros lançam site em campanha para indicação de ministra negra ao STF
Objetivo da plataforma é pressionar o presidente Lula a escolher uma mulher negra para a vaga de Rosa Weber, que se aposenta em outubro
31/08/2023 14h07
Uma aliança de organizações do movimento negro brasileiro lançou nesta quinta-feira (31) o site ministranegranostf.com.br, por onde a população pode enviar um e-mail ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para pressiona-lo na indicação de uma mulher negra para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula terá a responsabilidade de escolher um novo ministro do STF para ocupar a vaga de Rosa Weber, que se aposentará do cargo em outubro. “Não podemos correr o risco de ver outro Zanin ocupando a Corte, com posicionamentos que vão na contramão das necessidades e dos direitos da maioria da população. O Brasil não aceita mais um ministro conservador”, declara o movimento.
De acordo com o site, dos 171 ministros que já integraram a corte em 132 anos de existência, somente três eram homens negros e três eram mulheres brancas. No comunicado, ainda, reivindicam que a diversidade étnica brasileira seja representada na Suprema Corte.
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“Ter uma ministra negra progressista no STF é essencial para avançar na necessária transformação do sistema de justiça brasileiro, não só pela importância de ver o povo representado nas esferas de poder, mas por todas as mudanças estruturais na forma como a justiça é aplicada”, declara o movimento.
Em entrevista para o estúdio CBN, Tainah Pereira, internacionalista, mestra em Ciência Política e coordenadora política do Movimento Mulheres Negras Decidem, afirmou que teve a oportunidade de apresentar três opções de juristas negras aptas ao cargo para o presidente Lula: Adriana Cruz, juíza federal titular da 5ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro; Lívia Sant’anna Vaz, promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia; e Soraia Mendes, escritora e advogada com atuação e obras reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal e pela Corte Interamericana de Direitos Humanos.
“São mulheres que lutam pela transformação do sistema de justiça, em particular os movimentos de encarceramento em massa e o genocídio da população negra“, destacou Pereira.
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