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Meta é processada por estados americanos por afetar saúde mental de crianças

Alegações são de que as plataformas viciam e coletam dados de menores sem autorização dos responsáveis


25/10/2023 13h18

Dezenas de estados dos EUA, incluindo Califórnia e Nova York, estão processando a empresa Meta por prejudicar crianças e contribuir para a crise de saúde mental juvenil ao conceber, consciente e deliberadamente, funcionalidades no Instagram e no Facebook que viciam os jovens nas suas plataformas.

Uma ação movida por 33 estados no tribunal federal da Califórnia afirma que a Meta coleta rotineiramente dados de crianças menores de 13 anos sem o consentimento dos pais ou dos responsáveis, em violação da lei federal de Proteção à Privacidade Online das Crianças

“A Meta se aproveitou de tecnologias poderosas e sem precedentes para atrair, envolver e, em última análise, seduzir crianças e adolescentes. A motivação é o lucro e, ao procurar maximizar seus ganhos financeiros, a Meta enganou repetidamente o público sobre os perigos substanciais das suas plataformas de redes sociais”, diz a denúncia.

“Crianças e adolescentes estão sofrendo com níveis recordes de problemas de saúde mental e as empresas de mídia social como a Meta são as culpadas”, disse a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, em comunicado. “A Meta lucrou com a dor das crianças ao projetar intencionalmente suas redes com recursos manipuladores que as tornam viciadas em suas plataformas e, ao mesmo tempo, diminuem sua auto-estima.”

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Em nota, a Meta disse que compartilha “o compromisso dos procuradores-gerais em proporcionar aos adolescentes experiências on-line seguras e positivas e já introduziu mais de 30 ferramentas para apoiar os jovens e suas famílias”.

“Estamos desapontados porque, em vez de trabalhar de forma produtiva com empresas de todo o setor para criar padrões claros e adequados à idade para os muitos aplicativos que as crianças usam, os procuradores-gerais escolheram esse caminho”, acrescentou a empresa de Mark Zuckerberg.

O processo federal é resultado de uma investigação liderada por uma coalizão bipartidária de procuradores-gerais da Califórnia, Flórida, Kentucky, Massachusetts, Nebraska, Nova Jersey, Tennessee e Vermont, após uma série de reportagens do The Wall Street Journal em 2021, com base em uma pesquisa própria do Meta, que descobriu que a empresa sabia dos danos que o Instagram pode causar aos adolescentes – especialmente às meninas – quando se trata de saúde mental e corporal

Um estudo interno citou que 13,5% das adolescentes disseram que o Instagram piora os pensamentos suicidas e para 17%, piora os distúrbios alimentares.

Para cumprir a regulamentação federal, empresas de redes sociais proíbem crianças com menos de 13 anos se inscrevam nas suas plataformas, o que é facilmente contornado por elas, com ou sem o consentimento dos pais.

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