Homem com Parkinson volta a andar sem complicações após implante medular
Paciente vivia com a doença há mais de 20 anos e relatou ter experimentado "um renascimento"
07/11/2023 12h23
O primeiro paciente a receber um implante medular para tratar a doença de Parkinson avançada teve sua mobilidade substancialmente melhorada, de acordo com estudo publicado nesta segunda-feira (6) na revista científica Nature.
Marc, 63 anos, da cidade de Bordeaux, França, foi diagnosticado com a doença degenerativa há mais de 20 anos e desenvolveu graves problemas de movimentação, incluindo problemas de equilíbrio e dificuldades para caminhar. Depois de receber o implante, que visa restaurar a sinalização normal da coluna para os músculos das pernas, ele descreveu ter experimentado “um renascimento”.
A tecnologia, desenvolvida por pesquisadores do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne (EPFL), permitiu que Marc caminhasse com fluidez e navegasse pelo solo sem cair – algo que ele não conseguia fazer antes do tratamento.
O implante ainda não foi testado em um ensaio clínico completo, mas a equipe suíça espera que a sua tecnologia possa oferecer uma abordagem nova para o tratamento de déficits de movimento em pessoas com doença de Parkinson.
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A doença de Parkinson é causada pela perda progressiva de neurônios produtores de dopamina. Para cerca de 90% dos pacientes com doença avançada, isto leva a dificuldades para andar, incluindo perda de equilíbrio. Os tratamentos convencionais, como o medicamento Levodopa, podem melhorar os sintomas, mas não conseguem restaurar completamente os movimentos normais. O implante busca superar isso, mirando diretamente a área da coluna responsável pela ativação dos músculos das pernas durante a caminhada.
O estudo descobriu que o implante melhorou as dificuldades de andar e de equilíbrio e, quando a movimentação de Marc foi analisada, assemelhava-se mais à de pessoas saudáveis do que à de outros pacientes com Parkinson. Marc também relatou melhorias significativas na sua qualidade de vida.
Os autores disseram que era necessário um ensaio clínico completo para demonstrar a eficácia clínica e inscreveram mais seis pacientes para avaliar se os benefícios aparentes são replicados.
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