Se quem possuí ventiladores e ar-condicionados, enfrentar o calor já é difícil, para pessoas em situação de rua o desafio é ainda maior. As altas temperaturas aumentam os riscos de desidratação, desmaios, coma e, dependendo da situação, pode levar até a morte.

De acordo com o Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, 69.690 pessoas estão dormindo nas calçadas da capital paulista atualmente. O cuidado com elas deve ser redobrado por parte do estado.

“A situação de rua faz com que as pessoas se tornem um pouco mais vulneráveis em relação a infecções né? Você tem uma vulnerabilidade grande com relação à higiene. você pode ter uma queda do nível da pressão, pode ter a sensação de desmaio ou o próprio desmaio e também dependendo do grau de desidratação. Entra em coma podendo levar até a morte”, explica o médico Thiago Gomes.

Dessa maneira, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social está realizando a ‘Operação Altas Temperaturas’. Ao todo, 10 tendas estão espalhadas pela capital de São Paulo para distribuir água, frutas e caixas de suco. O plano é manter a operação até março de 2024.

Leia também: Número de mortes decorrentes do calor extremo deve se multiplicar nas próximas décadas

Veja os locais onde haverá pontos de distribuição de água:

- Centro – Praça da República e Praça Marechal Deodoro;

- Região Sul – Santo Amaro (Praça Floriano Peixoto, nº 54) e Capela do Socorro (Praça José Boemer Roschel);

- Região Norte – Santana (Avenida Cruzeiro do Sul, nº 3.180) e Vila Maria (Praça Novo Mundo);

- Região Leste – Guaianases (Praça Presidente Getúlio Vargas, s/n), Itaquera (Avenida Musgo de Flor com Avenida Imperador, embaixo do viaduto Jacu Pêssego) e Mooca (Praça Cid José da Silva Campanella); 

- Região Oeste – Lapa (Rua do Curtume, s/n – esquina com Guaicurus).

Uma das pessoas beneficiadas pela operação foi André, que mora nas ruas de São Paulo há quatro anos. Com o calor, ele passa ainda mais dificuldade.

“É difícil. É muito quente, então aparece muita barata e pernilongo. É ruim demais, não dá para dormir direito. Não dá para se cobrir e parado você já fica suando. É difícil”, conta.

Leia também: Governo de SP prorroga campanha de multivacinação até 30 de novembro

Quem também precisou de auxilio nesses últimos dias foi Andreia da Silva, que veio de Minas Gerais há sete anos em busca de emprego. Mas, acabou parando na rua por falta de oportunidade de trabalho.

“Muitas pessoas têm a sua própria casa. Então, sempre agradeça a Deus pelas pequenas coisas. Nunca reclame, sempre agradeça”, diz.