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O que fazer ou não fazer ao ser picado por uma cobra? Médica lista cuidados

Ações iniciais e tempo de chegada ao hospital podem impactar na gravidade do caso


13/12/2023 12h48

Recentemente, um menino de dois anos morreu após ser picado por uma cobra em Panorama, município localizado no interior do estado de São Paulo.

A causa da morte é apurada pela Polícia Civil. No entanto, episódios como esse são registrados em diferentes épocas do ano e em outros lugares do país, o que gera importância em relação aos primeiros cuidados.

Em entrevista ao site da TV Cultura, Ceila Malaque, médica do Hospital Vital Brazil, do Instituto Butantan, especializado no tratamento de acidentes com animais peçonhentos, relata que a identificação da serpente é importante para que o paciente receba os cuidados mais indicados ao dar entrada em um hospital ou posto de saúde. Para isso, o ideal é que a pessoa a fotografe ou caso esteja morta, leve-a ao local de atendimento.

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A higienização da parte do corpo em questão deve ser feita com cuidado, se possível com água e sabão. O uso de outras substâncias, como o álcool, não são indicados, já que pioram o ferimento ao invés de ajudar. Também deve-se evitar amarrar, coçar ou perfurar a região.

“Orientamos deixar o local do corpo picado limpo, e se possível, fazer uso da água e do sabão, porque às vezes a pessoa está em um lugar em que isso não é possível. Mas destacamos principalmente que as pessoas não coloquem nada, por exemplo, gasolina, água com terra e afins”, explica a médica.

De acordo com a especialista, as jararacas estão entre as principais causadoras desses incidentes, e muitas vezes, os machucados podem evoluir e apresentar inchaço. Nesse caso, também é necessário manter o membro elevado, caso possível, para evitar que não fique retido.

Sintomas

O aparecimento de outros sintomas varia de cada serpente. No Brasil, quatro delas apresentam importância média, uma é a jararaca, a outra é a cascavel, que pode ser encontrada principalmente no Cerrado, a surucucu-pico-de-jaca, que é da região amazônica e eventualmente aparece na Mata Atlântica, e as últimas, mas não menos importantes, são as corais verdadeiras.

Dor e inchaço se destacam em picadas causadas pelo grupo das jararacas e da surucucu-pico-de-jaca. O local pode ficar roxo ao longo dos dias. Além disso, os pacientes ainda podem apresentar alteração na coagulação e sangramento na gengiva ou na urina, por exemplo.

Com as cascavéis, a dor e o inchaço também podem aparecer. Mas, neste caso, o que mais chama atenção é a visão embaçada e a dificuldade para abrir os olhos, o que pode progredir para a perda de força muscular de membros superiores e inferiores e problemas para respirar. Já as corais verdadeiras podem causar sintomas semelhantes aos acidentes com as cascavéis, com comprometimento do nervo e do músculo.

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Atendimento médico

De acordo com Ceila Malaque, quanto antes o atendimento médico for feito, melhor: “O que a gente sabe é que as complicações e a gravidade podem aumentar acima de seis horas, mas os acidentes podem variar entre leve, moderado ou grave. O paciente pode chegar em uma hora, mas apresentar um quadro grave, então, o ideal é que ele seja atendido entre uma ou duas horas, mas quando consideramos uma ‘média’, sabemos que com mais de seis horas aumenta-se a gravidade e as complicações”, destaca.

Ao dar entrada no hospital, uma avaliação é realizada, para que o médico analise quais são as manifestações do envenenamento. Por outro lado, caso não apresente nada, é necessário que o paciente fique em observação, para que o profissional indique o tratamento mais adequado (que tipo de soro e quantas ampolas deverão ser administradas).

O soro antiofídico

Produzido no Instituto Butantan há mais de um século, é um tratamento altamente eficaz para o envenenamento. Segundo a especialista, a imunoglobulina, ou seja, os anticorpos chegam até a corrente sanguínea e neutralizam o veneno circulante.

A população tem acesso gratuito em hospitais públicos, mas a disponibilidade em cada município varia entre as regiões do país. “A distribuição é feita de forma que nem todos os municípios apresentam disponibilidade, mas aqueles que têm mais registro de acidente tem, para que o paciente tenha acesso rápido. Existem municípios que são tão próximos que não se faz necessário ter em todos eles”, explica Ceila.

Prevenção

Devido aos aspectos próprios de clima e umidade, a sazonalidade desse tipo de incidente varia de acordo com a região. No Sul e Sudeste, por exemplo, pode acontecer com uma frequência maior em épocas mais quentes e chuvosas.

No entanto, a prevenção pode ajudar na diminuição desses casos. O primeiro passo é evitar que as serpentes sejam atraídas para as casas com a presença de outros bichos, como os ratos, ao impedir acúmulo de lixo e entulho.

Ao entrar na mata ou se expor a ambientes sujos, é indicado que faça uso de luvas grossas e botas que apresentem proteção para tal exposição. Não colocar a mão em buracos ou ocos de árvores também pode ajudar a evitar esse tipo de ‘surpresa’.

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