Após morte de jovem, ministro dos Direitos Humanos defende regulação das redes: "Imperativo civilizatório"
Jéssica Canedo tirou a própria vida após ser apontada como affair de Whindersson Nunes; os dois afirmaram que a informação era falsa
24/12/2023 13h36
Após a morte de Jéssica Canedo, de 22 anos, apontada por páginas de fofoca na internet como suposto affair do humorista Whindersson Nunes, o ministro do Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, lamentou o ocorrido e defendeu o projeto de regulamentação das redes sociais.
“A regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento”, escreveu o ministro em sua conta do 'X' no último sábado (23).
Jéssica tirou a própria vida depois que perfis na internet veicularam prints envolvendo um suposto flerte entre ela e Whindersson. Os dois alegaram que a conversa era falsa.
A jovem declarou que, após a repercussão da suposta conversa, passou a sofrer ataques nas redes sociais. Ela chegou a publicar um texto em seu perfil do Instagram pedindo a exclusão dos posts da conversa. Na ocasião, Raphael Souza, um dos responsáveis pelo perfil ‘Choquei’, uma das principais páginas de fofoca do país, fez uma piada sobre a declaração de Jéssica. A resposta foi apagada posteriormente.
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“Avisa pra ela que a redação do ENEM já passou, Pelo amor de Deus!”, escreveu o administrador da conta.
“Tragédias como esta envolvem questões de saúde mental, sem dúvida, mas também, e talvez em maior proporção, questões de natureza política. A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na politica institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável”, escreveu Almeida.
Em nota, a assessoria jurídica da Choquei afirmou que “não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas” pelo perfil.
“Cumpre esclarecer que não há responsabilidade à ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas”, diz a nota.
“Em relação aos eventos que circulam nas redes sociais e que foram associados a um trágico evento envolvendo a jovem Jéssica Vitória Canedo, queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício do direito à informação”, menciona o comunicado.
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