Por carta, Milei anuncia que Argentina não fará parte do Brics
País integraria o grupo a partir de 1º de janeiro de 2024
29/12/2023 13h34
O presidente argentino, Javier Milei, anunciou que o país não fará mais parte do Brics. A Argentina estava entre as nações que integrariam parte do grupo econômico a partir de 1º de janeiro de 2024.
A decisão foi anunciada por meio de uma carta, que foi enviada nesta semana aos cinco chefes de Estado dos países que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
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A medida não é uma novidade. Em novembro, a chanceler Diana Mondino já havia informado, não oficialmente, que a Argentina não iria integrar o Brics.
A inclusão da Argentina no bloco tinha sido anunciada em agosto. O então presidente, Alberto Fernández, formalizou o processo de adesão do país ao Brics em outubro.
Além do país, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos passariam a integrar o grupo de emergentes.
Segundo Milei, a decisão acontece por diferenças em relação ao governo anterior, de Alberto Fernández. "Algumas decisões tomadas pela administração anterior serão revistas, entre elas está a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país nos Brics".
De acordo com a carta, obtida pelo UOL, Milei disse que manterá os laços comerciais com os cinco membros do Brics.
Veja a carta enviada por Javier Milei:
"SENHOR PRESIDENTE:
Tenho o prazer de me dirigir a vocês a respeito do convite à República Argentina para aderir ao Grupo BRICS decidido na Cúpula de Joanesburgo em agosto passado.
Como sabem, a marca da política externa do Governo que presido há alguns dias difere em muitos aspectos do Governo anterior. Nesse sentido, algumas decisões tomadas pela gestão anterior serão revistas. Entre elas está a criação de uma unidade especializada para a participação ativa do país no BRICS, conforme indicou o ex-presidente Alberto Fernández em carta datada de 4 de setembro.
A este respeito, gostaria de informar que nesta fase a incorporação da República Argentina ao BRICS como membro pleno a partir de 1º de janeiro de 2024 não é considerada adequada.
Sem prejuízo disso, quero destacar o empenho do meu Governo na intensificação dos laços bilaterais com o seu país, em particular no aumento dos fluxos comerciais e de investimento.
Enquanto espero para me encontrar convosco, aproveito esta oportunidade para reiterar-vos os protestos da minha mais elevada consideração."
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