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CGU conclui que certificado de vacinação apresentado por Bolsonaro é falso

Segundo as investigações, o ex-presidente não estava na capital paulista na data da suposta vacinação


18/01/2024 20h28

A Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que é falso o registro do certificado de vacinação contra o coronavírus do ex-presidente Jair Bolsonaro. O órgão finalizou a investigação após pedido de acesso à informação ao Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 (CNVC) do então chefe do Executivo, com base na Lei nº 12.527/2011 (LAI), aberto no final do ano de 2022.

A CGU identificou inconsistências no certificado de vacinação de Bolsonaro. De acordo com os dados constantes do sistema do Ministério da Saúde, no Cartão Nacional de Vacinação do ex-Presidente da República, há um registro contra a Covid-19 que teria ocorrido em 19/07/2021, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo (SP).

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Segundo as investigações, o ex-presidente não estava na capital paulista nesta data, ele foi para Brasília um dia antes e não fez nenhum outro voo até 22 de julho.

Além disso, a CGU também verificou informações sobre o lote da suposta vacina. Os dados mostraram que a vacina que Bolsonaro "tomou" não estava disponível na UBS ele dia. Além disso, em depoimento aos auditores da CGU, a enfermeira indicada no cartão de vacinação negou que tenha aplicado a dose e disse que não trabalhava mais na unidade de saúde à época.

Os depoimentos foram corroborados pela análise dos livros físicos mantidos pela UBS para registro da vacinação da população. Não foi localizado, nos papéis relativos ao dia 19/07/2021, a presença do ex-presidente na lista de vacinação.

Ainda de acordo com o órgão, outros dois registros de imunização, que teriam se dado em Duque de Caxias (RJ), haviam sido efetuados por agentes municipais, mas cancelados antes mesmo do início das investigações pela CGU".

Em relação aos registros feitos no Rio de Janeiro, logo em diligências iniciais, os auditores verificaram a existência de um possível esquema de fraude a cartões de vacinação, envolvendo o Secretário Municipal.

Essas descobertas da CGU na cidade carioca culminaram na deflagração da Operação Venire pela Polícia Federal, que revelou também a ligação de agentes públicos federais e municipais com o esquema e, ainda, do tenente-Coronel Mauro Cid, ex-Ajudante de Ordens da Presidência da República, que foi preso preventivamente, em maio de 2023, em razão da falsificação.

“Portanto, quanto à vacinação que teria ocorrido em São Paulo - único registro que ainda permanece no cartão de vacinação do ex-Chefe do Executivo - a CGU encerrou seus trabalhos no final de 2023. A conclusão foi que se trata de fraude ao sistema estadual de registro de vacinação contra a covid-19”, diz a nota.

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