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Ondas de calor provocaram cerca de 50 mil mortes no Brasil, aponta estudo

Principais vítimas são pessoas em situação de vulnerabilidade


26/01/2024 16h12

Levantamento feito por pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostraram que quase 50 mil pessoas morreram no Brasil entre 2000 e 2018 devido as ondas de calor. A maioria das vítimas são mulheres, negros e idosos, perfis das pessoas mais vulneráveis no país.

“Pessoas que vivem num contexto urbano, sobretudo nas periferias e com condições precárias de moradia, sem acesso a recursos de adaptação e sem acesso a políticas públicas de acesso à saúde são as mais vulneráveis. Então, nesse sentido, mostra uma ligação entre mudanças climáticas e as desigualdades socioeconômicas, inclusive indicando que o aumento da ocorrência de desastres naturais no nosso país tem exacerbado as desigualdades sociais que já existem”, afirma Djacinto Monteiro dos Santos, pesquisador da UFRJ.


O Brasil registrou de três a 11 ondas de calor por ano entre 2010 e 2019. Nas quatro década anteriores, não chegavam a três os episódios de altas temperaturas no país.

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Diante desses números, a médica Letícia Jacome explica que trabalhadores braçais e pessoas sem acesso a materiais de proteção estão mais sujeitas a sofrer com o calor.

“São os trabalhadores braçais, que cansam, que suam mais e que também não têm acesso a um ar condicionado. Ele não bebem tanta água ou usam roupas de proteção, ou mesmo protetor solar para tentar ajudar nessas ondas de calor”, diz Jacome.

Na análise de Djacinto, é obrigação do Estado pensar em políticas públicas para auxiliar a população contra as mudanças climáticas e eventos extremos.

“É necessário que existam políticas públicas de adaptação as mudanças climáticas e elaboração de sistemas de alerta precoce, que possam unir a Defesa Civil, o sistema de saúde e diversos outros setores da nossa sociedade. Além disso, é importante que haja uma conscientização para o fato de que as ondas de calor e as mudanças climáticas de um modo geral já são uma realidade no Brasil”, finaliza.

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