Número de idosos em situação de rua aumenta sete vezes nos últimos 10 anos no Brasil, diz pesquisa
Dados da UFMG mostram que o Brasil possui mais de 23 mil idosos vivendo nas ruas, sendo 40% no estado de São Paulo
29/01/2024 16h03
Levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, grupo ligado a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), revelou que o Brasil possui 23.693 idosos vivendo nas ruas de todo país. O número representa quase 10% do total de pessoas nessa condição.
Dados mostraram que o número de idosos em situação de rua aumentou sete vezes nos últimos dez anos. Aumento do custo de vida para pessoas da terceira idade está entre as principais causas desse fenômeno.
“Você ainda tem que aumentar suas despesas com saúde e medicamentos. Além disso, há o aumento de custos e a redução da renda. É difícil equacionar. Aí, vem um segundo problema se não houver uma rede de proteção forte”, explica o economista Matheus Peçanha.
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O problema vai além das condições financeiras. Saúde mental e abuso de drogas também afasta as pessoas dos lares.
“Muitos idosos que estão na rua não necessariamente envelheceram lá. São pessoas que romperam vínculos por volta dos seus 50 anos devido abuso de álcool, drogas e outros assuntos familiares”, afirma Naira Lemos, presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira Geriatria.
O estado com maior número de idosos vivendo nas ruas é São Paulo. Quatro entre dez pessoas acima dos 60 anos que não possuem residência na maior metrópole da América Latina.
“A gente tem no Brasil aquele programa chamado ‘Consultório na Rua’, mas é muito pequeno, e não está presente em todos os estados. Então, pessoas que convivem com doenças, não tem acesso e dificilmente vão ter medicamento, porque também não está no CadÚnico”, completa Lemos.
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Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que existem 30 equipes do ‘Consultório na Rua’, formadas por profissionais de diferentes especialidades. Além dele, também há o programa de acompanhante de idoso, que atende 6 mil pessoas com mais de 60 anos em vulnerabilidade.
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