PF encerra inquérito e indicia Renato Cariani por tráfico equiparado e lavagem de dinheiro
Além do influenciador, outras duas pessoas foram indiciadas; os três respondem em liberdade
30/01/2024 11h28
A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito contra o influenciador fitness Renato Cariani por suspeita de desvio de produtos químicos para a produção de drogas. Após dez meses de investigação, ele e mais duas pessoas foram indiciados pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O relatório final não pediu a prisão de nenhum dos indiciados. Todos poderão responder em liberdade.
A conclusão das apurações da PF foi encaminhada para o Ministério Público Federal (MPF), que irá analisar o relatório e definir se irá denunciar o grupo ou não.
Além de Cariani, foram denunciados Roseli Dorth, sócia do influenciador na indústria química, e Fábio Spinola. Eles foram apontados pela PF como responsáveis por usar a empresa para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas.
O que diz a investigação
Segundo a PF, cerca de 12 toneladas de produtos químicos como fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila, por exemplo, teriam sido desviadas por meio de 60 transações dissimuladas. Essas substâncias, por sua vez, seriam utilizadas para a produção de aproximadamente 19 toneladas de cocaína e crack, ainda de acordo com a corporação.
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"As investigações revelaram, ainda, que os envolvidos empregavam diversas metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos, tais como interpostas pessoas e constituição de empresas fictícias", explicou a polícia em nota.
Ainda de acordo com a PF, Cariani e Dorth tinham conhecimento e participavam diretamente do esquema. As autoridades explicaram que as provas foram coletadas por meio de interceptações telefônicas feitas com autorização judicial.
Spinola seria o responsável por esquematizar o repasse dos insumos entre a Anidrol e o tráfico.
O que diz Cariani
Desde que sua empresa foi alvo da operação da PF, o influenciador tem usado suas redes sociais para dizer que é inocente e explicar para seu público tópicos das investigações.
"Fui surpreendido com um mandado de busca e apreensão da polícia na minha casa, onde eu fui informado que não só a minha empresa, mas várias empresas estão sendo investigadas num processo que eu não sei, porque ele corre em 'processo de justiça' [sic]. Então, meus advogados agora vão dar entrada pedindo para ver esse processo e, aí sim, eu vou entender o que consta nessa investigação", afirmou em vídeo.
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Ele ainda informou que que seus advogados ainda não tiveram acesso ao processo na época.
No dia 18 de dezembro, prestou depoimento na sede da PF em São Paulo e sua defesa disse que respondeu a todas as perguntas que foram feitas.
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