Ministra da Saúde diz que vacina contra dengue não deve ser vista como “instrumento mágico”
Até a última terça-feira (6), o Brasil registrava 364.855 casos prováveis de dengue
07/02/2024 19h36
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta quarta-feira (7) que a vacina contra a dengue não deve ser vista como um “instrumento mágico” para combater a doença. A declaração ocorreu durante uma entrevista coletiva.
De acordo com dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, o Brasil registrava, até a última terça-feira (6), 364.855 casos prováveis de dengue, com 40 mortes e 265 óbitos sob investigação.
Leia mais: Senado aprova urgência de projeto que prevê o fim da “saidinha” de presos
“A vacina não deve ser vista como um instrumento mágico, como nós dizemos. Porque precisa de duas doses e intervalos de três meses. Além do que já foi amplamente divulgado, que, neste momento, a oferta do laboratório é restrita. Portanto, não nos dá condição de uma vacinação mais ampla”, afirmou a ministra.
“A gente não pode vender uma ilusão”, disse. Segundo Nísia, “a vacina é um instrumento muito importante e muito sério”.
Imunização
Nísia Trindade explicou que, “em breve”, o ministério irá iniciar a divulgação do calendário de vacinação contra a dengue.
“Estamos finalizando esse processo para poder divulgar com segurança e, com isso, respeitando as dinâmicas de cada município. São os municípios que fazem o calendário de vacinação. O que nós vamos estar apresentando é um calendário inicial de distribuição [das doses]”, ressaltou.
"A vacina é um instrumento muito importante para o ministério. É muito importante começar porque iniciar essa vacinação vai nos dar força e permitir analisar se é possível ampliar faixa etária e permitir num esforço nacional a transferência de tecnologia e mobilizar a capacidade de produção nacional", acrescentou.
Foram incluídos 521 municípios em 16 estados para a imunização. Inicialmente, a vacina será aplicada em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, com duas doses em intervalo de 90 dias.
O Ministério da Saúde vai receber pouco mais de 6 milhões de doses -- 5,2 milhões foram compradas do laboratório Takeda e 1,3 foram doadas.
Por conta da aplicação em duas doses e uma baixa quantidade de vacina, a pasta precisou definir três critérios para o início da imunização:
cidades com mais de 100 mil habitantes;
alta taxa de transmissão em 2023 e 2024;
predominância do vírus de sorotipo DENV-2.
A vacinação será realizada ao longo de 2024, com início previsto para fevereiro, no entanto, ainda sem data oficial.
REDES SOCIAIS