Silvio Almeida defende criação de Estado Palestino e critica resposta “desproporcional” de Israel em Gaza
Na ONU, ministro dos Direitos Humanos disse que ações de Israel podem configurar como genocídio, mas não faz comparação que Lula fez na semana passada
26/02/2024 11h18
O ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) discursou na tribuna da ONU, em Genebra, na Suíça, nesta segunda-feira (26) e saiu em defesa da criação de um Estado Palestino, assim como fez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos dias. Além disso, voltou a fazer críticas as ações de Israel na Faixa de Gaza.
"A criação de um Estado palestino livre e soberano, que conviva com o Estado de Israel, é condição imprescindível para a paz", disse Almeida.
"Consideramos ser dever do Conselho prestigiar a autodeterminação dos povos, a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor de forma veemente a toda forma de neocolonialismo e de apartheid”, completou.
Almeida discursou por pouco mais de 10 minutos. A fala aconteceu durante a posse do Brasil em seu sexto mandato como membro do Conselho de Direitos Humanos da organização.
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Em seu depoimento, o ministro também condenou os ataques do Hamas que iniciaram os conflitos. Porém, acredita que a resposta israelense foi “desproporcional”.
"Reitero nosso repúdio à flagrante desproporcionalidade do uso da força por parte do governo de Israel, uma espécie de 'punição o coletiva', que já ceifou a vida de quase 30 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças, forçadamente deslocou mais de 80% da população de Gaza, e deixou milhares de civis sem acesso a energia elétrica, água potável, alimentos e assistência humanitária básica”, disse.
Em sua fala, ele não fez as comparações com o Holocausto, como Lula fez há pouco mais de uma semana e causou uma crise na relação do Brasil com Israel. Mas, afirmou que as ações do governo de Benjamin Netanyahu podem configurar genocídio, de acordo com artigo da Convenção para a Repressão e Punição do Crime de Genocídio.
"Instamos o Estado de Israel a cumprir integralmente as medidas emergenciais determinadas pelo tribunal [a Corte Internacional de Justiça, mais alta instância de Justiça da ONU] no sentido de que cessem as graves violações ao direito humanitário", afirmou.
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