Bianca Santana defende descriminalização do aborto: “Proibir não faz mulheres deixarem de abortar”
Doutora em ciência da informação explica que a descriminalizar não vai aumentar o número de mulheres que abortam e é necessário pensar na saúde da mulher
06/03/2024 13h33
O Parlamento da França aprovou na última segunda-feira (4) a inclusão do direito ao abordo em sua Constituição Nacional. O assunto foi debatido na edição do Jornal da Cultura pela doutora em ciência da informação Bianca Santana, que comemorou a decisão. Na visão dela, a proibição não faz as mulheres deixarem de abortar.
“O que está em jogo não é as pessoas são a favor ou contra o aborto. Não importa se eu sou a favor da prática, porque eu vou decidir caso eu tenha uma gravidez. Eu vou decidir se vou interromper a gravidez ou não. Descriminalizar o aborto não passa pela minha decisão individual, o que quero para mim ou minha família. O aborto ser crime não impede as mulheres de abortar. Do mesmo jeito que descriminalizar não irá aumentar o número de abortos”, explica.
No Brasil, a cada 28 internações provocadas por um aborto, uma mulher morre, de acordo com os dados da pesquisa Gênero e Número. Além disso, entre os anos de 2012 e 2022, 483 mulheres morreram em decorrência em aborto, principal causa de morte materna.
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Santana afirmou que educação sexual para todas as pessoas é a melhor forma de previnir a prática do aborto ao longo prazo.
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