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Rio Grande do Sul sofre com disseminação de informações falsas sobre tragédia e tempestade

Governo Federal acionou a PF e a Advocacia-Geral da União para investigar, identificar e responsabilizar pessoas que propagam fake news


08/05/2024 15h54

Além de lidar com a tragédia em praticamente todo estado, o Rio Grande do Sul está tendo que enfrentar as fake news. As desinformações que circulam nas redes sociais obrigam as autoridades a gestar tempo e dinheiro para desmentir dados falsos.

“Infelizmente, nesse difícil momento que estamos passando, tem quem queira disseminar informação falsa, prejudicando e fazendo com que a gente tenha que parar todo o trabalho”, disse o chefe da Casa Civil gaúcho Artur Lemos.


Mas por qual motivo isso acontece? O que leva uma pessoa a espalhar mentiras em um momento tão cruel? De acordo com a editora-executiva do órgão Aos Fatos, Fernanda Escóssia, esse tipo de conteúdo gera mais comoção, gerando maior engajamento.

“O que a gente tem visto é que, nesses momentos de grande comoção, a proliferação da desinformação acontece de modo ainda mais rápido. As pessoas estão sob forte comoção, então, quando chega um conteúdo de forte apelo, ou mostrando alguma indignação, ou pedindo um repasse muito rápido, a gente vê que a desinformação se espalha com muito mais velocidade”, explicou.

Manchetes com números inflados, como a que citava 300 mortes apenas na cidade de Canoas, chamam mais atenção e contribuem com o processo de monetização das fake news.

“Para incentivar produtores a fazerem vídeos que agreguem atenção, as plataformas oferecem recompensas. Então, elas vão te dar um retorno em cima dos anúncios, em cima da quantidade de cliques, em cima da quantidade de clique em anúncio. Cada plataforma tem a sua própria forma de monetização. Mas, de qualquer forma que elas estão incentivando, não é a qualidade do conteúdo, é a capacidade do conteúdo em agregar a atenção”, afirmou Fabrício Pontin, professor da pós-graduação em educação e relações internacionais da Universidade La Salle.

As notícias falsas relacionadas à catástrofe ainda incluem supostas manifestações de artistas, imagens captadas em outros locais e associando ao Rio Grande do Sul e a notícia fala de que caminhões com doações estão sendo impedidos de circular no estado.

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“Nós não estamos impedindo a circulação de nenhuma espécie de alimento para doação. Reforçamos que nós não estamos fazendo fiscalização de notas fiscais. Nosso grande objetivo no momento é acolher o povo gaúcho. Todos aqueles voluntários que estão fazendo isto receberão apoio da brigada militar”, esclareceu coronal da Brigada Militar do Rio Grande do Sul Douglas da Rosa Soares.

O governo federal acionou a Polícia Federal e a Advocacia-Geral da União para investigar, identificar e responsabilizar pessoas que propagam fake news.

“A médio prazo, precisamos de instrumentos de regulamentação e, mais importante, responsabilização em nível local, Então, nós precisamos seguir o dinheiro: quem é que está lucrando? Como? Para onde esse capital está indo? Isso é possível de ser feito através de regulamentação em nível local”, completou Pontin.

Leia também: “Se não fosse a própria população, seria pior”: famílias de Canoas (RS) se unem para ajudar vítimas das chuvas

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