Nos últimos anos, a quantidade de páginas nos livros tem diminuído. Um levantamento de uma empresa de dados sobre o mercado editorial mostrou que, em 2014, obras com mais de 400 páginas representavam 47% dos 20 títulos de ficção mais vendidos do Brasil. Em 2023, a porcentagem passou para zero.
Livros do estilo "tijolão" estão desaparecendo das estantes. Segundo o estudo da Nielsen Bookscan, na última década, o tamanho dos chamados "best sellers" despencou 163 páginas. A média variou de 464 em 2014 para 301 em 2023.
Por outro lado, há a tendência de procura por obras literárias mais curtas. Livros entre 300 e 350 páginas ganharam destaque nas prateleiras dos mais vendidos, e alguns sucessos modernos são ainda menores.
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Com obras curtas, com menos de cem páginas, a escritora francesa Annie Ernaux, figura como a mais vendida há anos. O best seller nacional ‘Torto Arado’, de Itamar Vieira Junior, está na faixa das duzentas e poucas páginas.
Há algumas possíveis explicações para a tendência. Especialistas indicam que uma delas é a diminuição da capacidade de foco dos leitores.
Já, Elek Machado, o diretor de uma das maiores editoras do mercado, a Record, diz que, apesar de o preço do livro estar defasado no Brasil, ele pode ser um fator decisivo.
"Acho que as pessoas na hora de comprar os livros, elas acabam levando muito em consideração o preço e naturalmente os livros mais volumosos, eles custam mais né? Então, por trás dessa tendência certamente deve ter também essa questão do preço", comenta.
Saiba mais sobre o tema na matéria que foi ao ar esta segunda-feira (20) no Jornal da Cultura:
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