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“Não há líder político importante em Israel que aceite a solução com dois Estados”, lamenta ativista palestino

Em entrevista exclusiva, Mustafá Barguti, médico e secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, explica condições para o conflito Israel e Hamas acabar


17/06/2024 11h18

São mais de oito meses de conflito entre Israel e Hamas. Mais de 37 mil pessoas perderam a vida devido os ataques. O mais preocupante é que não há qualquer previsão para o encerramento. Como isso pode acontecer? Em entrevista exclusiva ao jornalista Leão Serva, Mustafá Barguti, médico e secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, lista as condições para a guerra acabar.

“Ela é possível sob três condições: a primeira é Israel encerrar sua ocupação, completamente, de todos os territórios que ocupou em 1967, incluindo Jerusalém Oriental. A segunda é Israel retirar todos os seus colonos e ocupações da Cisjordânia. A terceira é que Israel aceite nosso direito de ter um Estado democrático e independente. Isso já é reconhecido por 148 países. Se essas condições existirem, podemos ter uma solução com dois Estados”, explica.

Burgatti é um dos principais ativistas palestinos, mas é uma voz de oposição ao Hamas, mas está longe de ser um aliado de Israel. Na visão dele, o que dificulta qualquer acordo é a posição do primeiro-ministro israelense Benjamin Natanyahu, que é contrário a criação de um estado palestino.

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“Se eles continuarem a matar a solução dois dois Estados, a única solução será um único Estado democrático, com direitos iguais para todos”, completa.

Por fim, ele cobra um posicionamento mais forte dos Estados Unidos, um dos mais poderosos aliados de Israel, para encontrar uma solução com dois estados democráticos.

“Não há nenhum líder político importante em Israel que aceite a solução com dois Estados. Portante, esse problemas não é nosso; é deles. Se os Estados Unidos realmente desejam uma solução com dois Estados, precisam pressionar. Eles são os únicos que podem forçar Israel a aceita essa solução”, finaliza.

Um dia após o Conselho de Segurança da ONU aprovar por unanimidade o plano de cessar-fogo em Gaza, o destino do acordo segue incerto. Israel e o Hamas deram sinais ambíguos e não avançaram.

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Uma fonte do ministério israelense disse ao jornal norte-americano New York Times, pedindo anonimato, que o plano atende aos objetivos de Israel, mas recusou dizer se o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu o aceita.

Segundo os negociadores do Catar e do Egito, o Hamas avaliou a proposta positivamente mas "apresentou ressalvas" ao texto.

Sem resposta positiva dos dois lados, o secretário de estado dos EUA, Antony Blinken, disse que a decisão está nas mãos do Hamas.

Quando o conflito se iniciou, Israel cortou água, alimentos, eletricidade e combustível da população palestina. Desde o início da guerra, Netanyahu também promete a ocupação de Gaza.

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