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Rafael Nascimento/MS
Rafael Nascimento/MS

A falta da segunda dose da vacina contra a catapora preocupa especialistas em saúde pública de São Paulo. O imunizante é aplicado em crianças de quatro anos e não tem sido entregue por problemas com o fabricante, segundo o Ministério da Saúde.

O esquema vacinal é composto por duas doses: a primeira aos 15 meses de vida como parte da tetraviral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela, e a segunda é contra a varicela isolada aos quatro anos de idade.

“O ideal seria que a criança fosse vacinada novamente aos quatro anos para ter um reforço. Essa imunidade persistisse por anos e décadas seguintes. Se ela não receber esse reforço, pode, ao longo dos anos, perder a imunidade vacinal que foi adquirida aos 15 meses de idade com a primeira dose”, explica o infectologista Paulo Abrão.


A varicela é um vírus altamente contagioso que causa catapora e, no futuro, pode desencadear também a herpes zoster.

“A catapora é uma doença, teoricamente, simples, mas potencialmente grave. A catapora são aquelas bolhinhas de água que aparecem na pele que coçam bastante. Podem até deixar marcas extremamente contagiosa. A doença pode evoluir para um quadro de pneumonia, por exemplo”, afirma a pediatra Ana Escobar.

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De acordo com a prefeitura paulista, desde o começo do ano, a cidade teve 69 surtos de catapora com 127 casos. Os locais com maior incidência são as escolas e as creches.

Em nota, a gestão municipal diz que adquiriu 66 mil doses da vacina contra a varicela e implementou um plano de contingência do imunizante nos postos de saúde.

A Secretaria Estadual da Saúde informa que solicitou 230 mil doses da vacina para o Ministério da Saúde no mês de fevereiro. Mas, recebeu apenas 46 mil. Nos meses de março e abril, nenhuma dose foi enviada.

O Ministério da Saúde alega que “laboratório responsável pela produção da vacina contra a varicela tem enfrentado problemas técnicos que afetaram a regularidade da distribuição neste primeiro semestre”. Dessa maneira, a gestão “está fazendo aquisições emergenciais com outros fornecedores nacionais e internacionais”.

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“A questão é que, se for uma situação transitória, é possível que se faça essa vacinação um pouco postergada. Ela deve ser feita de qualquer forma, mesmo que um pouco postergada. O que acontece é que se perde aquele momento ideal de vacinar e muitas vezes essa criança acaba não sendo vacinada posteriormente. O que nós temos que ter nos serviços de saúde é orientação de sempre completar a carteira vacinal”, completa Abrão.