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A Intel, gigante dos chips de microprocessadores, anunciou uma reestruturação drástica com a demissão de mais de 15 mil funcionários, cerca de 15% de sua força de trabalho, em um esforço para conter perdas e se reposicionar no mercado. 

A empresa, que já foi líder no setor de tecnologia, enfrenta uma queda acentuada no valor de suas ações e uma concorrência cada vez mais acirrada, especialmente no mercado de chips para inteligência artificial (IA).

As dificuldades da empresa vêm se acumulando nos últimos anos. A companhia, que há uma década era um dos principais nomes do mercado de tecnologia, viu suas ações caírem quase 40% em relação ao seu pico em agosto de 2014. A queda mais recente de 26% foi impulsionada pela fraca performance financeira no segundo trimestre, onde a receita caiu 1%, para US$ 12,8 bilhões, e as margens brutas recuaram para 35,4%, um reflexo da competição feroz com rivais como a AMD e a Nvidia.

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Em uma carta aos funcionários, Patrick Gelsinger, CEO da Intel, reconheceu a gravidade da situação: “Este é um dia incrivelmente difícil para a Intel, pois estamos fazendo algumas das mudanças mais consequentes na história da nossa empresa”. Além das demissões, a Intel suspenderá seus dividendos trimestrais no quarto trimestre e reduzirá os gastos de capital, com a expectativa de economizar US$10 bilhões até 2025.

A queda de desempenho também foi marcada por problemas na fabricação de seus chipsets. A empresa foi forçada a terceirizar parte da produção, resultando em custos mais elevados. A expectativa é que apenas em 2026 a companhia consiga retomar a produção interna e melhorar suas margens de lucro. No entanto, até lá, a instituição continua a perder espaço no mercado global. Recentemente, caiu da 53ª para a 79ª posição na lista Fortune 500, que classifica as maiores corporações dos EUA.

Gelsinger, que assumiu o comando da Intel em 2021, tenta reverter o cenário negativo com uma estratégia de renovação tecnológica e expansão de fábricas. A empresa também se tornou a maior beneficiária do CHIPS Act, ganhando provisoriamente US$8,5 bilhões em subsídios federais para incentivar a produção de chips nos Estados Unidos. No entanto, os desafios permanecem grandes, especialmente com a crescente demanda por chips de IA, onde a Intel enfrenta a dura concorrência da Nvidia.

A reestruturação da Intel sinaliza um momento decisivo para a empresa, que luta para manter sua relevância em um mercado em rápida evolução. A empresa espera que as medidas tomadas agora sejam suficientes para garantir sua recuperação e fortalecer sua posição no futuro da tecnologia.

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