O Governo de São Paulo emitiu um comunicado nesta sexta-feira (16) enfatizando que está atento ao cenário epidemiológico da Mpox e que segue monitorando os casos. O posicionamento acontece após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar na última quarta-feira (14) que a doença pode ser considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).
Além disso, o governo do Estado ainda afirmou que notas informativas estão sendo elaboradas para que a sociedade seja orientada.
"Os serviços de saúde de todo o estado já possuem recomendações técnicas divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) para o monitoramento e acompanhamento da doença, para que de forma preventiva possam auxiliar a população", esclareceu a nota.
Em 2022, um Plano de Contingência foi montado durante a alta de casos. Agora, a rede de saúde alega estar preparada para a identificação e cuidados em decorrência da Mpox.
O decreto da OMS leva em consideração o surto epidêmico em cerca de 15 países do continente africano, sendo que a versão atual do vírus que está se espalhando não é a mesma do surto mundial ocorrido em 2022.
“A Mpox se tornou uma nova emergência de saúde pública global devido à cepa 1b, que pode ter potencial transmissor ainda maior. Mesmo não havendo motivos para alardes em São Paulo, é fundamental a vigilância e monitoramento, além de seguirmos as recomendações para que a doença não se propague”, explica Regiane de Paula, coordenadora de saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da SES.
Como referência para o atendimento de casos da doença, o Governo de SP recomenda o Hospital Emílio Ribas.
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De janeiro a julho deste ano, o Estado confirmou 315 casos. O número é bastante inferior aos 4.129 casos confirmados em 2022, quando a doença atingiu o pico no estado. Por outro lado, em 2023, no mesmo período, foram confirmados 88 casos.
Como acontece a transmissão?
A doença é transmitida pelo vírus monkeypox por meio de pessoas, animais ou objetos contaminados, e tem como principal sintoma erupções cutâneas e lesões na pele. O diagnóstico é feito de forma laboratorial, por meio da secreção das lesões ou das crostas quando o ferimento já se encontra seco.
Quais são os sintomas?
Adenomegalia (linfonodos inchados, ou “ínguas”), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza. O tempo de intervalo entre o contato com o vírus e o início da manifestação da doença é entre 3 a 16 dias.
A partir do desaparecimento das erupções na pele, a pessoa infectada deixa de transmitir o vírus. As lesões podem ser planas ou com relevo, com a presença de líquido claro ou amarelado, e tendem a surgir em qualquer parte do corpo, sobretudo no rosto, pés e na palma das mãos.
Em caso de sinais da doença, o Governo de São Paulo orienta que o paciente procure um serviço médico para análise do quadro e possível diagnóstico, para que o tratamento seja iniciado o quanto antes.
Como se prevenir?
A recomendação principal é evitar o contato com pessoas infectadas ou com suspeita da doença. Além disso, é importante atentar para o compartilhamento de objetos pessoais, como toalhas, lençóis e escovas de dentes, lavar as mãos regularmente e higienizar adequadamente os itens de uso diário.
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A vacinação é outra medida de prevenção, que prioriza os grupos abaixo, com maior risco de evolução para as formas graves da doença:
– Pessoas que tiveram contato próximo com casos confirmados de Mpox;
– Profissionais de saúde que atendem casos suspeitos ou confirmados;
– Homens que fazem sexo com homens (HSH), especialmente aqueles que têm múltiplos parceiros;
– Pessoas imunocomprometidas, que têm maior risco de complicações graves.
O esquema vacinal prevê duas doses, com intervalo de quatro semanas entre as aplicações.
Qual é o tratamento?
A doença tende a ser leve e, geralmente, os pacientes se recuperam sem tratamento específico, apenas com repouso, hidratação oral e medicação para aliviar os sintomas, como a dor e febre, e assim evitar sequelas.
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