Lula critica gestão da Vale após empresa anunciar novo presidente: "cachorro de muito dono morre de fome"
A mineradora enfrentava há meses um processo turbulento de escolha do próximo líder
27/08/2024 15h00
Um dia depois da Vale eleger um novo presidente, Lula voltou a criticar a gestão da mineradora durante visita ao Centro de Operações Espaciais Principal da Telebras, na qual defendeu empresas estatais e criticou o ímpeto por privatizar as companhias públicas.
De acordo com o chefe do Executivo, a Vale era um "orgulho nacional", mas atualmente tem a propriedade pulverizada. A empresa foi privatizada nos anos 1990. Na última segunda-feira (26), o conselho de administração da mineradora elegeu Gustavo Pimenta como novo presidente da companhia. Ele assume o cargo a partir de 2025.
Lula ainda comparou a situação que a mineradora vive com a de um cachorro que tem vários donos, mas que morre de fome ou de sede.
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"A Vale, que tinha uma diretoria, eu sabia quem era o presidente da Vale, a gente sabia quem era. Hoje, nessa discussão que a gente está de fazer um acordo para receber o dinheiro de Mariana (cidade de Minas Gerais), o dinheiro que a gente está para receber, o dinheiro que prometeram para o povo, você não tem dono", argumentou o presidente.
"Uma tal de corporate que, sabe, não tem dono. Um monte de gente com 2%, um monte de gente com 3%. É que nem cachorro de muito dono: morre de fome ou morre de sede porque todo pensa que colocou água, todo mundo pensa que deu comida e ninguém colocou", prosseguiu Lula.
A Vale não se manifestou sobre as declarações do petista.
Pimenta assumirá a vaga de Eduardo Bartolomeo, que está no comando da companhia desde março de 2019. A mineradora enfrentava há meses um processo turbulento de escolha do próximo presidente, já que o conselho havia ficado dividido entre manter Bartolomeo por mais um período ou abrir um processo para a escolha de um novo líder.
Além disso, o impasse ocorreu em meio a especulações de que o governo federal estaria tentando emplacar um nome como CEO da empresa. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi um dos cogitados.
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