O setor de serviços no Brasil atingiu um marco histórico em 2022, com um contingente recorde de 14,2 milhões de trabalhadores empregados, segundo dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este número representa um aumento de 13,9% em comparação a 2013 e um avanço de 5,8% em relação a 2021, impulsionado pela recuperação econômica pós-pandemia.
Entre 2019 e 2021, o setor de serviços enfrentou desafios significativos devido à pandemia de Covid-19, que afetou principalmente os serviços prestados às famílias. Houve uma queda de 92,4 mil empregos nesse segmento e uma redução de 2,6 pontos percentuais na receita operacional líquida em 2020. No entanto, o setor começou a se recuperar a partir de 2021, com crescimento contínuo nos dois anos seguintes.
Leia também: Governo federal autoriza o alistamento militar voluntário para mulheres
O segmento de serviços de alimentação foi particularmente impactado, perdendo 112,5 mil vagas durante o período da pandemia. Ainda assim, o setor como um todo demonstrou resiliência, com uma recuperação notável em 2022, impulsionada pelo retorno gradual das atividades presenciais.
Concentração de Mercado e desempenho regional
A concentração de mercado entre as maiores empresas do setor de serviços diminuiu significativamente na última década. Em 2013, as oito maiores empresas representavam 9,5% do mercado, percentual que caiu para 6,8% em 2022. Essa queda foi especialmente notável nos segmentos de serviços de informação e comunicação e transportes.
Regionalmente, o Nordeste destacou-se com um aumento da representatividade dos serviços profissionais, administrativos e complementares, que alcançaram 31% da receita bruta de serviços na região. Já na região Centro-Oeste, o transporte rodoviário foi predominante.
Desempenho financeiro
Em termos financeiros, o setor de serviços não financeiros gerou uma receita operacional líquida de R$ 2,7 trilhões em 2022, com um valor adicionado bruto de R$ 1,5 trilhão. O segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o mais representativo, respondendo por 29,8% da receita operacional líquida.
Entre os setores que mais empregaram, destacaram-se os serviços profissionais, administrativos e complementares, com 6,2 milhões de trabalhadores, seguidos pelos serviços prestados principalmente às famílias (2,8 milhões) e transportes (2,6 milhões). A atividade que mais empregou foi a de serviços de alimentação, responsável por 11,6% do total de postos de trabalho
Nos últimos dez anos, o setor de serviços no Brasil passou por uma transformação estrutural. A predominância dos serviços de informação e comunicação diminuiu, dando lugar ao avanço dos serviços profissionais, administrativos e complementares. São Paulo continuou liderando com a maior remuneração média, de 2,9 salários mínimos, enquanto Piauí e Roraima registraram as menores médias, de 1,3 salários mínimos.
Leia mais: Barco da polícia da Espanha passa por cima de bote com migrantes
REDES SOCIAIS