O Ministério das Relações Exteriores se pronunciou nesta sexta-feira (1º) sobre o post da polícia venezuelano provocando o governo brasileiro.
O post traz uma silhueta muito parecida com a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o rosto borrado, uma bandeira do Brasil ao fundo e a mensagem: “Quem mexe com a Venezuela se dá mal”.
Em nota, o Itamaraty disse estar “surpreso” com o tom das mensagens, e criticou ataques pessoais feitos fora dos canais diplomáticos.
“O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais”, escreveu.
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“A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo”, completou o ministério.
O ministério afirmou ainda que o Brasil sempre defendeu a não-intervenção de países estrangeiros na Venezuela, e que respeita sua soberania.
“O Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não-intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos. O interesse do governo brasileiro sobre o processo eleitoral venezuelano decorre, entre outros fatores, da condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho”, afirmou.
Crise entre Brasil e Venezuela
A publicação é mais um capítulo na crise entre o governo brasileiro e o venezuelano. Na última semana, o Brasil vetou a entrada do país vizinho no Brics. Além disso, o governo Lula não reconheceu a reeleição de Maduro, e cobra a divulgação das atas eleitorais, mantidas em sigilo pelo judiciário venezuelano. A oposição contra Maduro fala em fraude.
A postura do Brasil tem irritado autoridades do governo da Venezuela. Maduro, inclusive, chegou a questionar o processo eleitoral brasileiro que deu a vitória a Lula em 2022.
Na última quarta-feira (30), o presidente da Venezuela convocou seu embaixador no Brasil, Manuel Vadell, para consultas, em ato de repúdio à decisão brasileira de vetar o país como parceiro do Brics.
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