Líder da oposição na Venezuela diz que Maduro "consolidou golpe de Estado" com posse
María Corina Machado disse que Edmundo González, candidato que disputou as últimas eleições pela oposição, voltará ao país para tomar posse no momento oportuno
10/01/2025 19h31
Em um pronunciamento nas redes sociais, a líder da oposição na Venezuela María Corina Machado afirmou que Nicolás Maduro “consolidou um golpe de Estado” com sua posse nesta sexta-feira (10).
“Hoje, 10 de janeiro, Maduro consolida um golpe de estado. Diante dos venezuelanos e diante do mundo, decidiram cruzar a linha vermelha que oficializa a violação da Constituição Nacional. Pisoteiam nossa Constituição. Maduro viola a Constituição, além de ser flanqueado pelos ditadores de Cuba e Nicarágua”, disse a líder da oposição.
Maduro tomou posse como presidente do país pela terceira vez. Ele foi declarado vencedor das eleições presidenciais do ano passado pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. A oposição fala em fraude.
No vídeo publicado nas redes sociais, Corina também afirmou que Edmundo González, candidato que disputou as últimas eleições com Maduro, voltará ao país para tomar posse no momento oportuno.
“Edmundo (González) virá à Venezuela para tomar posse como presidente constitucional quando as condições forem adequadas (...) o regime não apenas fechou o espaço aéreo da Venezuela, mas ativou todo o sistema de defesa aérea. Portanto, avaliamos tudo isso e decidimos que não é apropriado que Edmundo entre na Venezuela hoje”, disse.
González está exilado e tem visitado diversos países para angariar apoio. Esta semana ele se encontrou com chefes de Estado como o presidente argentino, Javier Milei, e o presidente norte-americano, Joe Biden.
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Prisão da líder da oposição
Em seu pronunciamento, María Corina também detalhou como foi sua prisão na última quinta-feira (9). Ela estava escondida no país e reapareceu após cinco meses. A oposicionista foi detida em uma manifestação contra Nicolás Maduro.
Ela relatou que foi abordada por policiais da Guarda Nacional Bolivariana enquanto deixava o protesto em Caracas. O governo venezuelano negou a prisão dela e classificou o episódio de "teatro".
Corina disse que foi interceptada em um comboio de três motos. Agentes armados teriam parado o grupo e arrancado a opositora de forma violenta da moto onde ela estava. De acordo com ela houve disparos. Um membro de sua equipe teria sido ferido e preso.
María Corina declarou que foi levada para um local desconhecido e depois liberada.
"É assim que eles agem, atacando uma mulher pelas costas", disse.
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