A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Ele é primo dos três filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL): o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
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A denúncia aponta que ele participou dos atos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Durante os ataques, Léo Índio registrou e compartilhou imagens nas redes sociais, incluindo momentos em que estava sobre o prédio do Congresso Nacional e próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou que seus olhos vermelhos nas imagens eram causados por gás lacrimogêneo usado pela polícia para dispersar a multidão.
Segundo o documento assinado pelo procurador-geral da República Paulo Gonet, o cidadão "de forma consciente e voluntária associou-se a centenas de pessoas, algumas armadas, praticando atos contra o sistema eleitoral e o Estado de Direito". A PGR também aponta que ele contribuiu para a destruição de patrimônio público com violência, grave ameaça e uso de substâncias inflamáveis, causando prejuízos consideráveis à União.
O denunciado também participou de acampamentos em frente a quartéis após o resultado das eleições de 2022. Ele foi alvo de duas fases da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que investiga os responsáveis por incitar e participar dos atos antidemocráticos. Em janeiro de 2023, teve celular, passaporte e outros itens apreendidos.
Ligado à família Bolsonaro, o acusado ganhou notoriedade por sua proximidade com o vereador Carlos Bolsonaro. Ele trabalhou em cargos políticos, incluindo na liderança do Partido Liberal (PL) no Senado Federal, até ser exonerado em julho de 2023. Também se lançou como candidato em eleições recentes, utilizando o nome “Léo Bolsonaro” na urna, mas não obteve sucesso.
A denúncia contra o político foi apresentada em meio à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que levantou o sigilo do processo. A medida, segundo Moraes, é justificada pelo avanço das investigações e pela apresentação formal das acusações pela PGR.
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