Lewandowski diz que Brasil "não quer provocar os EUA" sobre crise com deportados
No último domingo (26), um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) transferiu os primeiros deportados para Belo Horizonte
27/01/2025 19h19
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, declarou nesta segunda-feira (27) que o governo brasileiro “não quer provocar o governo americano” em relação às deportações de brasileiros em situação irregular nos Estados Unidos.
Segundo o ministro, apesar de existir um acordo entre os dois países que prevê a deportação, ela deve ser conduzida com respeito e dignidade. Lewandowski destacou que os brasileiros deportados, que chegaram a Manaus na última sexta-feira (24), estavam em uma “situação dramática” e foram submetidos a “constrangimentos absolutamente inaceitáveis”.
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“Não queremos provocar o governo americano, até porque a deportação está prevista em um tratado que vigora há vários anos entre o Brasil e os Estados Unidos e que autoriza essa medida. Porém, obviamente, ela deve ser feita com respeito aos direitos fundamentais das pessoas, especialmente daquelas que não são criminosas”, afirmou o ministro durante um almoço com empresários do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.
Na sexta-feira (24), uma aeronave vinda dos Estados Unidos com 88 brasileiros deportados pousou em Manaus após apresentar um problema técnico. Após o desembarque, os deportados relataram às autoridades brasileiras que foram agredidos por agentes americanos durante o voo. Além disso, afirmaram ter viajado algemados e acorrentados durante todo o trajeto.
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No domingo, o Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota oficial condenando o tratamento dado aos brasileiros e apontando violações ao acordo firmado com os EUA.
“O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os Estados Unidos, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados. O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas”, afirmou.
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