O calor extremo registrado no Brasil em 2024 impulsionou um recorde de vendas de aparelhos de ar-condicionado no país.
Foram comercializadas 5,88 milhões de unidades, um aumento de 38% em relação a 2023, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). O Brasil, que abriga o segundo maior polo produtor do setor no mundo, atrás apenas da China, viu a produção nacional concentrada na Zona Franca de Manaus acompanhar o crescimento da demanda.
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O forte desempenho nas vendas foi impulsionado por três fatores principais: temperaturas recordes, condições econômicas favoráveis e queda nos preços dos aparelhos. O ano passado foi o mais quente no Brasil desde 1961, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), intensificando a busca por equipamentos para aliviar o calor. No primeiro semestre de 2024, a economia também contribuiu para a alta nas vendas, com inflação controlada, redução dos juros e programas de renegociação de dívidas, como o Desenrola, ampliando o acesso ao crédito. Além disso, os preços dos aparelhos caíram 6,5% no período, após uma alta de 25,7% em 2023, conforme levantamento da Fipe/Buscapé.
A indústria, composta por 17 fabricantes, operou próxima de sua capacidade total e conseguiu atender à demanda, apesar da seca severa que impactou a navegação fluvial de Manaus e dificultou o transporte dos produtos para outras regiões do país. O desempenho positivo do setor tem atraído novos investidores: nos últimos meses de 2024, ao menos quatro empresas demonstraram interesse em iniciar a fabricação de aparelhos na Zona Franca.
Atualmente, apenas 20% dos lares brasileiros possuem ar-condicionado, o que demonstra o potencial de crescimento do mercado.
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