A Academia Brasileira de Neurologia (ABN), por meio de um grupo de 15 especialistas de cinco universidades públicas do país, elaborou um documento com diretrizes para orientar os médicos sobre a melhor forma de utilizar o zolpidem, usado no tratamento de insônia.
Segundo o documento, as principais recomendações são:
realizar uma avaliação detalhada do paciente antes de interromper o tratamento;
fazer a redução gradual da dosagem;
usar outras classes de medicamentos para tratar a síndrome de abstinência do zolpidem.
Academia Brasileira de Neurologia lança diretriz sobre o uso de zolpidem.
— Jornalismo TV Cultura (@jornal_cultura) December 1, 2025
Os impactos na saúde vão do ganho de peso a problemas psiquiátricos.#JornalDaTarde #JT #Sono #Zolpidem #Neurologia pic.twitter.com/2WHSgioEII
A insônia se transformou em um problema de saúde pública sobretudo a partir da pandemia da covid-19 quando aumentou o consumo de remédios para dormir.
Dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostram que entre 2018 e 2023 o consumo de zolpidem quase dobrou. O número subiu de 12,3 milhões de caixas para quase 22 milhões.
Com isso, a Anvisa endureceu as regras do ano passado e tornou mais rigorosa a comercialização do medicamento com a exigência da receita azul, controlada, e a tarja preta na embalagem.
A partir da medida da agência, houve queda de 15,9 milhões de caixas em 2024 para 6,89 milhões no primeiro semestre deste ano.
“O sono é absolutamente essencial para nossa sobrevivência. Não só para o nosso descanso, o cérebro depende disso para se restaurar, para consolidar memórias, para o aprendizado. Então, uma noite mal dormida, ela tem um impacto gigantesco em vários aspectos. Tem um impacto na nossa produtividade, na nossa cognição, na memória, na atenção e também no humor”, explica Thiago Fidalgo, professor de psiquiatria da Unifesp.
No entanto, o principal problema é o abuso da substância. O zolpidem é absorvido rapidamente e perde efeito rapidamente, com isso, o organismo cria tolerância e os pacientes vão aumentando a dose e podem acabar se tornando dependentes da medicação.
“O mais preocupante é que elas alteram a arquitetura do sono. Então, você não consegue chegar nos estágios de sono profundo, que são os estágios em que a gente mais descansa. Então você tem uma falsa ilusão de estar descansando”, aponta Thiago.
REDES SOCIAIS