Fundação Padre Anchieta

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Reprodução/Instagram
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As dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus afetam com maior gravidade pessoas vulneráveis. Pensando nisso, uma iniciativa vem ajudando a população em situação de rua no bairro Santa Cecília, em São Paulo. É a Panela Coletiva, ação voltada para a distribuição de marmitas e água na região.

Criado pela designer Amanda Dafoe e pelo músico Cacá Machado, o projeto nasceu da vontade de ajudar o próximo em um contexto de aumento da desigualdade social. "A gente gosta muito de cozinhar. Como a gente mora em Santa Cecília, acaba acompanhando esse crescimento da população em situação de rua. A gente resolveu fazer para entender o que aconteceria se a gente cozinhasse para essas pessoas em uma escala domiciliar", conta Amanda.

A ideia inicial era fazer 50 marmitas, incluindo alimentos como feijão, arroz, carne e abóbora assada. "Esse lugar de cozinhar para o outro é um lugar de se doar para o outro", comenta a designer sobre o início do projeto, que cresceu a partir do momento em que familiares se prontificaram a ajudar a embalar e distribuir as unidades. "Deu tão certo que a gente falou: 'Vamos fazer isso de novo'".

Foi o apoio financeiro de amigos íntimos que possibilitou a realização da segunda ação. Para expandir a quantidade de marmitas feitas, outras famílias foram convidadas a cozinhar também. "A gente foi crescendo aos poucos. Em um final de semana, a gente entregou 200. No outro, 300. A gente começou com 4 núcleos de famílias envolvidos, agora já são 15 núcleos por ação", diz Amanda.

A iniciativa chamou a atenção de chefs de cozinha renomados, que logo se dispuseram a participar, colaborando com a criação e realização de receitas. Exemplos são as chefes Mara Salles, do Restaurante Tordesilhas, e Bel Coelho, do Restaurante Clandestino. Hoje, o grupo de ação conta com 60 voluntários, que se revezam na montagem das receitas e ajudam na logística, e, uma vez por mês, ocorre a participação de um chef interessado.

Os cuidados com o alimento servido começam bem antes da distribuição, passando pela preocupação de montar uma receita nutricionalmente equilibrada e interessante como construção de sabores. O objetivo, segundo Amanda, é "chegar em um lugar de dar prazer e desafiar para novos sabores, estabelecer relação com essas pessoas". Para isso, o processo utiliza produtos orgânicos, embalagens biodegradáveis e visa entregar refeições o mais frescas possíveis. "A comida é finalizada no domingo de manhã, vai direto para a marmita, e a gente tem os nossos sistemas de coleta, que passam de casa em casa retirando essas marmitas que acabaram de ser montadas". Isso significa que parte dos voluntários não precisa nem mesmo sair de casa para colocar a ação em prática. Ainda, as precauções para evitar a disseminação do vírus são levadas em conta durante a distribuição, com uso de máscaras e higienização das mãos.

"Uma das maiores conquistas desse projeto até agora é possibilitar muita gente de colocar a mão na massa em um projeto solidário. As pessoas querem conseguir ajudar, mas é muito difícil saber como", comenta a designer sobre o sucesso da iniciativa, que cresce cada vez mais. "O potencial dessa ação está no fato de que a gente engaja muita gente na realização, e quanto mais gente se engaja, mais gente fica sabendo e mais pessoas querem se aproximar para por a mão na massa.

O Panela Coletiva conta com um perfil no Instagram, onde os interessados podem saber mais sobre a ação e sobre como participar.