O pianista e maestro brasileiro João Carlos Martins completa 80 anos nesta quinta-feira (25). A comemoração das oito décadas recheadas de êxito e de superações vividas pelo artista será realizada por meio de uma live, às 20h, em seu perfil oficial no Facebook e no YouTube.
Martins se apresenta ao lado dos músicos da Bachiana Filarmônica SESI-SP e dos solistas Davi Campolongo (piano), Anna Beatriz Gomes (soprano) e Jean William (tenor). Considerado um dos maiores intérpretes de Bach do século XX, não poderia faltar o repertório do músico, bem como outras pérolas da música clássica, como Ludwig van Beethoven, Mozart, Pietro Mascagni, Villa Lobos e Tom Jobim. O maestro também dedica parte de seu concerto às músicas populares, como as canções de Michel Legrand, além dos sucessos “(Somewhere) Over the rainbow”, de Harold Arlen e Yip Harburg, e “Bella ciao”, do cancioneiro italiano.
O concerto ainda conta com uma retrospectiva da vida de Martins, além de uma série de homenagens a personalidades como Ana Maria Braga, Serginho Groisman, Chitãozinho & Xororó, Walter Casagrande Jr., Tom Cavalcante, Alexandre Nero, Marluce Dias da Silva e Raul Cutait.
O maestro ainda revela ao público os seus novos projetos para os próximos 20 anos. Um deles se trata da internacionalização do projeto social Orquestrando Brasil, que conta com 500 orquestras pelo país com apoio do SESI-SP e da Fundação do Banco do Brasil.
Trajetória
João Carlos Martins iniciou os estudos no piano aos 8 anos de idade, quando teve contato com as obras de Johann Sebatian Bach. Hoje, ele é um dos principais intérpretes do mundo da obra do músico alemão.
O pianista já passou por 24 cirurgias, decorrentes de um acidente jogando futebol quando ainda jovem, mais tarde, do distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (Dort), o que o obrigou a interromper a carreira por seis vezes, e ainda de danos no cérebro adquiridos em um assalto na Bulgária, e a distonia (doença degenerativa que afeta os movimentos do corpo).
Chegou a tocar o piano com a ajuda de aparelhos que muitas vezes faziam o sangue marcar as teclas e realizou concertos apenas com a mão esquerda. Após perder o movimento das mãos, aos 64 anos, Martins deixou o piano e passou a se dedicar à regência.
Em 2005 fundou a Bachiana Orquestra de Câmara e desenvolveu um trabalho com adolescentes através da sua Bachiana Jovem. No ano seguinte, criou a Fundação Bachiana, que tem por tema a arte e sustentabilidade e, em 2010, unificou as orquestras formando o que hoje é a Bachiana Filarmônica SESI-SP.
No ano passado, ganhou uma luva biônica do designer industrial Ubiratan Costa, que deram novas condições ao maestro voltar a tocar piano. Desde o início do isolamento social, o maestro está recluso em casa e tem dedicado a maior parte do tempo de seus dias aperfeiçoando a sua volta ao instrumento.
Além de ter ganhado inúmeros prêmios, realizado milhares de concertos e recitais e ter sido aplaudido por milhões de espectadores, o pianista acumula 22 álbuns com a obra completa de Bach para teclado. A vida e carreira do maestro ainda foram registradas por cineastas europeus por duas vezes. Martins é, também, membro titular da Academia Paulista de Letras, desde 2018. Quando afastado do cenário musical devido às cirurgias, foi empresário do ex-pugilista e bicampeão mundial de boxe, Eder Jofre, por 7 anos.
O maestro já esteve em diversos programas da TV Cultura, como no Roda Viva, Prelúdio, Clássicos, Ensaio, Provocações e Metrópolis. Confira algumas de suas participações:
2014 - O maestro traz depoimentos de sua carreira no Prelúdio
2016 - Martins participa do programa Ensaio
2018 - Martins se apresenta como regente no Clássicos
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