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Posto de gasolina na Alemanha
Getty Images
Alemanha está sob pressão para reduzir sua dependência do combustível russo

O vice-chanceler (premiê) da Alemanha Robert Habeck pediu à população de seu país que economize energia e evite usar carros para ajudar a reduzir a dependência alemã do petróleo e gás importado da Rússia.

"Se você puder usar trem ou bicicleta durante a Páscoa, é bom também: é bom para o bolso e irrita (o presidente russo Vladimir) Putin", afirmou Habeck, que é também ministro da Economia e colíder do Partido Verde.

A Alemanha tem resistido a apelos europeus por um veto à importação de energia russa por conta da guerra da Ucrânia.

Isso tem gerado críticas por parte do governo ucraniano, que argumenta que a compra de combustível da Rússia ajuda a financiar a invasão no país.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse em entrevista à BBC achar que a Rússia não precisa levar a sério negociações de paz por causa dos bilhões de dólares que recebe de suas exportações de petróleo.

Embora as importações alemãs tenham caído neste ano, o país ainda recebe da Rússia 25% de seu suprimento de petróleo e 40% de seu gás. E 90% dos carros na região de Berlim são abastecidos com combustível da refinaria Schwedt, de posse russa.

No início desta semana, institutos econômicos alemães advertiram que vetar imediatamente as importações vindas da Rússia causaria uma recessão na maior economia europeia em 2023.

Mas, em meio à pressão, o chanceler (premiê) alemão Olaf Scholz indicou que a Alemanha pode acabar decidindo pela suspensão até o final deste ano. O governo alemão também suspendeu a abertura de um grande gasoduto russo, o Nord Stream 2, em resposta à guerra.

No entanto, alguns membros de sua coalizão o acusam de não estar demonstrando liderança suficiente.

Em entrevista à imprensa alemã, o ministro Habeck afrimou que cada alemão pode fazer a sua parte na resistência à Rússia, reduzindo seu consumo de energia em 10%.

Talvez isso cause desconforto no aquecimento, mas ninguém vai congelar, afirmou ele - já que os meses de frio mais rigoroso já se passaram.

'Pagando o preço com as vidas das pessoas'

Alguns parceiros da coalizão de Scholz também o pressionam para que mande mais armamento pesado aos ucranianos.

O ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, fez um apelo a Berlim para que decida rapidamente quanto a enviar essa artilharia. "A Alemanha tem um papel de liderança na Europa e estamos contando com isso", disse ele à uma emissora alemã. "Estamos pagando o preço com a vida das nossas pessoas."

No entanto, o governo alemão afirmou que já enviou tudo o que podia sem afetar a própria capacidade militar de suas tropas.

A fabricante alemã Rheinmetall ofereceu o envio de tanques de batalha do tipo Leopard 1, mas Habeck afirmou que eles teriam de ser reformados, o que levaria meses.


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