Autoridades dos EUA e da Rússia confirmaram na quarta-feira (27/4) que o americano Trevor Reed, que havia sido preso na Rússia, está de volta aos Estados Unidos.
A família Reed disse em um comunicado que suas "preces foram respondidas".
Os pais do o fuzileiro naval disseram que ele contaria sua história publicamente depois de tratar dos "vários problemas de saúde" causados pelas condições às quais ele foi "submetido em seu gulag russo", em referência ao sistema de campos de trabalhos forçados para criminosos, presos políticos e qualquer cidadão em geral que se opusesse ao regime na União Soviética.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que estava "emocionado" em compartilhar a notícia do retorno de Reed com seus pais.
- As fortes declarações do secretário de Defesa dos EUA após visita à Ucrânia
- 'Era como um campo de concentração': ucranianos relatam medo após serem detidos por russos ao fugir de Mariupol
"Eu senti, ouvindo nas vozes dos pais de Trevor, o quanto eles estavam preocupados com a sua saúde e sentiam falta de sua presença", disse ele.
"As negociações que nos permitiram trazer Trevor para casa exigiram decisões difíceis que eu não costumo tomar sem pensar", acrescentou.
Reed, de 30 anos, viajou para Moscou em 2019 para aprender russo e visitar sua namorada russa. Em uma noite de bebedeira, ele foi preso por dois policiais após participar de uma festa. Ao ser levado para a delegacia, ele confrontou o policial que dirigia a viatura, dando uma cotovelada em outro policial que tentou intervir.
Ele se declarou inocente depois de afirmar que não se lembrava do incidente, mas foi condenado a nove anos de prisão em 2020 por acusações de agressão.
O governo dos EUA manifestou preocupações sobre a justiça do julgamento, e o embaixador de Washington na Rússia, John Sullivan, disse recentemente que Reed estava "preso por um crime que não cometeu".
De acordo com Joey e Paula Reed, seu filho foi maltratado na prisão e parecia ter contraído tuberculose.
O casal protestou do lado de fora da Casa Branca no mês passado e acabou conseguindo uma reunião com Biden.
Altos funcionários dos EUA disseram que a libertação de Reed foi "resultado de meses e meses de trabalho árduo e cuidadoso" e que havia "preocupações crescentes" com sua saúde.
Russo libertado
Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia confirmou a libertação de Konstantin Yaroshenko, um cidadão russo preso por acusações de contrabando de drogas.
- O cirurgião de guerra que ajuda médicos a salvar vidas na Ucrânia
- 'Líderes russos incitam genocídio na Ucrânia', diz historiadora especialista em Holocausto
A troca de prisioneiros ocorreu na Turquia, depois que Biden aliviou a sentença de Yaroshenko.
O piloto russo estava cumprindo uma sentença de 20 anos, contados a partir de 2011, por contrabando de cocaína para os EUA. Seu advogado confirmou que o cidadão russo também está voltando para casa.
Autoridades disseram que a troca não representa o início de um diálogo diplomático mais amplo com a Rússia. Isso significa que o destino de outros americanos atualmente detidos na Rússia, incluindo Brittney Griner, dupla medalhista de ouro olímpica no basquete feminino, permanece incerto por enquanto. Ela foi presa no aeroporto, quando viajou para jogar na Rússia, por portar um cigarro eletrônico cuja carga continha óleo de haxixe, um derivado da cannabis, que é considerado ilegal.
Em um comunicado, a família de Paul Whelan, um ex-fuzileiro naval dos EUA detido por espionagem, disse que estava "muito feliz pelos Reeds", mas disse que o tempo de Whelan estava acabando.
"Paul já passou mais de três anos como refém russo", escreveram. "O fracasso do presidente Biden em trazer Paul para casa é um sinal de que alguns casos são muito difíceis de resolver? A abordagem dividida do governo está apenas obtendo os resultados mais fáceis?"
Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal.
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
REDES SOCIAIS