A DC Comics, detentora de personagens icônicos como Superman, Batman e Mulher-Maravilha, decidiu recomeçar seu universo compartilhado no cinema e na TV. Para tanto, trocou o comando da sua divisão que comanda a área: assumiram James Gunn e Peter Safran.
O grande nome da dupla é Gunn, que fez sucesso na DC, com a minissérie do Pacificador e o filme do Esquadrão Suicida, e na concorrente Marvel, com a cine-série dos Guardiões da Galáxia.
Há alguns semanas, Gunn anunciou, nas redes sociais, os primeiros dez projetos da DC sob seu comando (cinco filmes, quatro seriados e uma série animada). Ele também deu dicas de quais HQs servirão de base para esta primeira fase, que ele batizou de “Gods and Monsters” (“Deuses e monstros”, em tradução livre). Levei um tempinho, eu sei, mas selecionei as principais obras que estão na sala de roteiro comandada por Gunn.
1 – Creature Commandos (série animada para TV)
Única animação já anunciada desta primeira fase (Gunn disse que não revelou tudo, então pode haver mais), esta série trata de um dos grupos mais esdrúxulos da DC. O Comando das Criaturas (nome pelo qual é conhecido no Brasil, mas não necessariamente a tradução a ser adotada quando a animação estrear) mistura os gêneros guerra e terror. Trata-se de um supergrupo de soldados alterados artificialmente para se parecerem com monstros (como vampiros, lobisomens e múmias) e, assim, assustar mais os inimigos.
A imagem de divulgação não dá pistas sobre qual fase será abordada – e como não são exatamente muito populares, não existem assim tantas opções. Provavelmente, será inspirada na série original, inédita no Brasil, mas disponível em inglês no Kindle: “Creature Commandos”.
2 – Waller (seriado para a TV)
Amanda Waller, interpretada pela ótima Viola Davis, já aparece em um filme (“O Esquadrão Suicida”) e uma série (“Pacificador”) criados por Gunn. Aparentemente, será uma continuação direta destes, inclusive com o retorno de alguns personagens.
A imagem usada pelo diretor no anúncio remete à melhor fase que o Esquadrão Suicida (grupo do qual Amanda Waller é a líder) já teve nos quadrinhos, escrita por John Ostrander. Esta fase está sendo publicada pela Panini no Brasil e o primeiro volume pode ser encontrado aqui.
3 – Superman: Legacy (filme para 2025)
O primeiro filme do projeto de Gunn será dirigido por ele mesmo e protagonizado por ninguém menos que o último filho de Krypton: “Superman: Legacy” (“Superman: legado”, em tradução livre) é abertamente inspirada na ótima minissérie “Grandes Astros: Superman”, escrita por Grant Morrison e ilustrada por Frank Quitely.
“Grandes Astros: Superman” é uma HQ inteligente e nostálgica, uma grande aventura em 12 capítulos que aborda diferentes elementos da enorme mitologia do Superman. Ou seja, uma ótima pedida para um longa.
4 – Lanternas (seriado para a TV)
A Tropa dos Lanternas Verdes é a “policial universal” da DC. Tradicionalmente, são 3.600 “soldados” (os Lanternas Verdes) espalhados galáxias afora. Alguns poucos são terráqueos, e a série será protagonizada por dois deles. Gunn cita que deve ser como o seriado “True Detective”, mas quem irá investigar o grande mistério (que será importante para o universo compartilhado da DC no cinema e na TV) serão os lanternas Hal Jordan e John Stewart.
O roteiro não parece abordar uma fase específica e deve ser criado especialmente para a TV. Mas a relação entre Hal Jordan e John Stewart é sedimentada nas histórias de Dennis O’Neill e Neal Adams, publicadas no Brasil, entre outras edições, em “Lendas do Universo DC - Lanterna Verde e Arqueiro Verde” nº 3.
5 – Authority (filme)
Authority é um supergrupo de anti-heróis que, segundo Gunn, “eles querem corrigir o mundo, não importa os meios”. Ou seja, usam um conceito meio elástico de ética e moralidade.
Imagem indica se tratar da primeira fase de Authority (e a melhor), criada por Warren Ellis e Bryan Hitch. A Panini lançou recentemente um omnibus com quase mil (!) páginas deste período: “Authority: DC Omnibus”.
6 – Paradise Lost (seriado para a TV)
Gunn faz mistério se esta será a primeira aparição da Mulher-Maravilha nesta nova fase da DC nos cinemas, mas “Paradise Lost” (“Paraíso perdido”, em tradução livre) definitivamente se passa em Themyscira, ilha da heroína.
Há poucos detalhes sobre o enredo. Há uma saga do início do século com este nome, escrita e ilustrada pelo ótimo Phil Jimenez, que pode ser encontrada aqui: “Mulher-Maravilha: Paraíso Perdido”.
7 - The Brave and the Bold (filme)
A introdução de Batman e Robin no novo universo cinematográfico da DC é inspirado na série “Batman e Filho” - o mesmo roteirista de “Grandes Astros: Superman”, que inspira “Superman: Legacy”.
“Batman e Filho” mostra o Morcegão aprendendo a lidar com o mais impetuoso e violento Robin: Damian Wayne, filho de Bruce Wayne.
8 – Booster Gold (seriado para a TV)
O Gladiador Dourado é um dos heróis mais sui generis da DC. Ele era um astro dos esportes no futuro, mas se corrompeu para arrecadar dinheiro para a cirurgia da mãe. Após cumprir pena na cadeia, roubou tecnologia e viajou no tempo para o nosso presente, onde virou super-herói com as peças roubadas.
Segundo Gunn, trata-se de um “perdedor que usa tecnologia do futuro no presente para ser admirado pelas pessoas”. A imagem da divulgação dá a entender que a série se inspira em “Booster Gold: Past Imperfect”, inédita no Brasil, mas que pode ser lida, em inglês, no Kindle.
9 - Supergirl: Woman of Tomorrow (filme)
Supergirl é mais do que apenas a prima do Superman, mas poucos artistas conseguiram mostrar isso em suas HQs. “Supergirl: A Mulher do Amanhã”, escrita por Tom King e desenhada pela brasileira Bilquis Evely, é uma destas exceções e apresenta a heroína em uma difícil, longa e perigosíssima aventura no espaço.
10 – Swamp Thing (filme)
O Monstro do Pântano é um personagem emblemático dentro das histórias de terror da DC. Gunn só deu uma pista: disse que a história passará pelas origens dele. É possível inferir, a partir daí, que será inspirada na excelente fase de Alan Moore com o personagem, publicada aqui no Brasil como “A Saga do Monstro do Pântano”.
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