Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Reprodução | 'Vampiros'
Reprodução | 'Vampiros'

Osamu Tezuka é quase sinônimo de mangá. Sua dedicação de décadas e seu enorme talento fazem com que, fora de seu país natal, seja facilmente associado a quadrinhos japoneses.

Tezuka não fez só quadrinhos, mas animês também – em parte considerável, adaptando seus quadrinhos. Suas animações que mais fizeram sucesso na América e na Europa deram uma visibilidade enorme a suas HQs – que nesta época, eram majoritariamente voltadas ao público mais jovem: 'Kimba – O Leão Branco' (primeira animação colorida da TV japonesa), 'A Princesa e o Cavaleiro' e, claro, 'Astro Boy'.

Mas Tezuka, com tanto tempo de carreira e tanta criatividade, não se restringiu aos leitores mais novos – embora tenha dedicado a maior parte de sua carreira (as primeiras décadas) para eles. O “deus-mangá” tem muitas faces, das quais a infantil é a mais famosa, mas não necessariamente a de mais qualidade.

Há cerca de uma década, nós, brasileiros, tivemos pouquíssimo contato com a obra adulta dele – lembro apenas do impactante 'Adolf' (que teve uma reedição recente com outro nome, 'Recado a Adolf').

Leia também: Cinco livros para aprender sobre (e gostar ainda mais de) quadrinhos

De um tempo para cá, felizmente, outras obras de Tezuka começaram a chegar, e podemos enxergar um pouco mais essa sua capacidade de criar obras com profundidades distintas. Para ficar apenas nas obras adultas, tivemos o fortíssimo 'Ayako' e, mais recentemente, 'O Livro dos Insetos Humanos' e 'MW'.

Este mês em que estamos traz o pré-lançamento de duas obras inéditas de Tezuka. Uma é do início de sua carreira, os anos 50 do século passado: 'A Feiticeira da Tempestade' (ed; DarkSide), que reúne três histórias. A obra que batiza o título mostra uma guerra entre clãs no Japão feudal, com pitadas de magia; 'Agência de Detetives Kokeshi' é protagonizada por uma detetive-mirim; e 'Anjo Pink' é a curiosa história de uma nuvem em forma de uma menina.

Reprodução | 'A Feiticeira da Tempestade'

A outra obra é 'Vampiros' (ed. Pipoca & Nanquim): embora ainda voltada inicialmente para o público infanto-juvenil, começa a trazer reflexões mais maduras. Esta história de terror-aventura-humor é como se fosse uma transição. Estão lá o humor, a metalinguagem e até o próprio Tezuka como personagem, mas também há introdução de temas mais reflexivos (o mais presente deles, “o que é o Mal?”).

Reprodução | 'Vampiros'

Há uma terceira obra inédita já anunciada (pela editora JBC), mas ainda sem previsão. 'Fênix' era o melhor mangá de Tezuka, segundo o próprio Tezuka (não teria envergadura moral para contrariá-lo, mesmo se já o tivesse lido).

Reprodução | 'Vampiros'

Ele é voltado para o público mais maduro, e não por meio de sexo ou violência: aborda filosofia, religião e reencarnações por meio do mito da fênix, pássaro que, ao morrer, renasce das próprias cinzas.

Leia também: Além dos mangás: confira HQs de outros países asiáticos que não o Japão