Fundação Padre Anchieta

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Televisão

Rádio

Tenho muito sonhos impossíveis, como ir à Lua ou jogar uma partida oficial pelo Flamengo (qualquer esporte serve). Mas alguns são factíveis. Espero, um dia, acompanhar presencialmente o Festival Angoulême de Quadrinhos, celebrado anualmente na França – a edição deste ano é a 51ª.

Se tem uma coisa mais legal do que acompanhar este festival de perto é ser indicado a um prêmio de Angoulême. E, neste ano, nada menos do que quatro quadrinhos brasileiros tiveram esta honra – ou quatro e meio, ou cinco, explico mais abaixo e você decide. Todos competem na categoria de HQ alternativa (foram publicados de forma independente).

A coluna de hoje é uma apresentação destes trabalhos, em ordem alfabética – o prêmio será anunciado ainda esta semana, já que o festival ocorre do dia 25 ao dia 28. Parabéns a todos os indicados!

Café Espacial”, nº 21

Revista que já está em sua 21ª edição e traz sempre um conjunto bem eclético de HQs autorais – e bem interessantes. Participam desta edição quase 20 autores, entre eles Sergio Chaves, Lídia Basoli, Lila Cruz (é dela a imagem que abre esta coluna), André Diniz, Bianca Morais (é dela a imagem logo acima) e Roberta Cirne – que, apesar do sobrenome, não é minha prima.

Maria Magazine”, nº 16

Revista que já está em sua 16ª edição (fico feliz em ver HQs alternativas brasileiras não só indicadas a prêmios internacionais, mas também que superam a terrível marca do “número dois” que assolou muitos quadrinhos que li na adolescência) e traz obras de humor de três artistas: Henrique Magalhães (que também é o editor), Alberto Pessoa e Edgard Guimarães.

Não Tema, Isso é Coisa de Mulher

Em 2021, dez quadrinistas brasileiras se juntaram na coletânea “Não ligue, isso é coisa de mulher”, que abordam o comportamento tóxico masculino por meio de uma inversão: nas histórias, as mulheres agem com os homens assim como são tratadas na sociedade. O resultado foi bom, e agora temos sua continuação, a também coletânea “Não tema, isso é coisa de mulher!”, concorrendo a prêmio internacional. As autoras são Bianca Mol, Eliane Bonadio, Fabiana Signorini, Flávia Gasi, Lígia Zanella, Luiza Lemos, Mari Santtos, Renata CB Lzz e Roberta Cirne (de novo!).

Orixás – O Monstro do Vale

Alex Mir marcou um golaço com o projeto Orixás, série de quadrinhos que trabalha com as culturas africana e brasileira. Xangô e Ikú, entre outros, tomam forma e são apresentados a leitores que os conhecem apenas de nome. “O Monstro do Vale” traz duas histórias do universo Orixás, criadas pelo próprio Mir, Laudo Ferreira Jr., Marcel Bartholo e Bruno Brunelli.

OPArt: Out of Place Artifacts

No site oficial do Festival de Angoulême, aparece como uma publicação irlandesa. Trata-se de uma HQ organizada por dois brasileiros, Mari Rolin e Rodrigo Ortiz Vinholo, e lançada no país europeu, reunindo seis contos sem palavras. Entre os artistas nacionais que entraram no projeto estão Camila Suzuki, Mari Santtos, Pedro Hutsch Balboni e... Roberta Cirne! Sim, ela participa de três dos cinco projetos com brasileiros que concorrem em Anngoulême. Para saber mais sobre ela, você pode conferir sua entrevista ao Hábito de Quadrinhos, site primo-irmão desta coluna.