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Na semana passada, comentei por aqui sobre a coleção “Marvel Graphic Novel”, em que a Marvel dava espaço para autores apresentarem quadrinhos diferentes – podiam ser de super-heróis, comédia, adaptações literárias, fantasias, autorais...

Isso ocorreu lá pelos anos 80 e 90. Sua grande rival, a DC, também experimentou bastante neste período, com selos editorais que buscavam um público diferente. O que mais fez sucesso foi Vertigo, casa de grandes obras como “Sandman”, de Neil Gaiman, e “Invisíveis”, de Grant Morrison.

Mas a DC também teve outras experiências com selos editoriais bem menos famosos, mas que também me soam interessantes. O Piranha Press teve vida curta, de 1989 a 94, e buscou um nicho diferente: o de quadrinhos alternativos. Foi uma experiência que oscilou, mas que teve pontos altos como o ótimo “Why I Hate Saturn”, de Kyle Baker (imagem abaixo).

Quando o Piranha estava com os dias contados, em 1993, veio o Paradox Press: um selo editorial de quadrinhos direcionado para quem gosta de... literatura em prosa. Em tese, um material ainda mais preocupado com a qualidade do texto. Assim como o Piranha, o Vertigo e, para ser sincero, praticamente qualquer selo editorial mundo afora, teve altos e baixos.

Pouquíssima coisa saiu no Brasil tanto do Piranha quanto do Paradox. Separei cinco obras não na esperança de que sejam publicadas por aqui, mas pelo simples fato de que eu tenho vontade de entrar em contato com elas (ou de relê-las, mas agora em português).


Desert Streams, or Miriam's Search for Divine Bliss”, de Alison Marek (Piranha)

Sei pouca coisa sobre esta graphic novel. Saiu em uma edição bem horizontal, algo pouco comum para a época – e ainda para hoje, o que já mostra o quanto a autora foi experimental. Sobre o enredo: é a história da filha de uma rica top model e enteada de um publicitário bem-sucedido, mas que sofre com um vazio interior.

Prince: Alter Ego”, de Dwayne McDuffie, Denys Cowan and Kent Williams (Piranha)

Dessa graphic novel eu sei um pouco mais – e, pelo menos, conheço o trabalho não só dos autores, mas do protagonista: Prince, músico de uma carreira enorme de sucessos, como “Purple Rain”. McDuffie, Cowan e Williams viriam a ter ótimas passagens posteriormente no gênero de super-heróis, especialmente na DC e na Milestone, mas nesta época investiram em uma fantasia musical e inusitada. Aqui, o protagonista Prince enfrenta (é uma história de ação) um misterioso homem de seu passado que tem o poder de transforma música em força destrutiva.

Why I Hate Saturn”, de Kyle Baker (Piranha)

O único desta lista que já li. Baker é um excelente artista com um trabalho autoral, bacana e lindo. Esta história é um misto de drama, humor e fantasia que ganha muita força por conta de suas excelentes ilustrações. Uma sinopse: a ranzinza jornalista Anne Merkel reencontra sua irmã há muito desparecida – e que agora diz ser uma herdeira da família real de... Saturno!

Brooklyn Dreams”, de J.M. DeMatteis e Glenn Barr (Paradox)

Não quase sei nada sobre esta minissérie em quatro números, mas quero ler mesmo assim. E por um motivo simples: DeMatteis é um dos meus roteiristas favoritas, autor de obras que me marcaram muito como “Blood – Uma História de Sangue”, “Moonshadow” e uma lírica e agridoce fase na revista mensal do Senhor Destino, super-herói místico da DC Comics.

A History of Violence”, de John Wagner e Vince Locke (Paradox)

Talvez a mais famosa HQ da Paradox. Afinal, virou o filme “Marcas da Violência”, dirigido por David Cronenberg e estrelado por Viggo Mortensen e Ed Harris. Na história, o proprietário de um restaurante vê seu estabelecimento ser assaltado e, defendendo-se, mata os dois criminosos. ...e tudo muda a partir daí. Não quero dar spoilers – afinal, se o quadrinho é inédito, o filme pode ser visto no Max, Amazon Prime Video, Google Play ou Apple TV.

Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.