Não, não temos o feriado (caiu num sábado!), mas, sim, estamos em uma semana de celebração ao Brasil: a da Independência. Para aproveitar a data, todos os textos no site Hábito de Quadrinhos (primo-irmão desta coluna) nestes dias serão sobre HQs nacionais. Além disto, selecionei sete quadrinhos brasileiros dos quais gosto bastante, e que vão do já consagrado ao experimental. Espero que goste!
“Em Busca do Tintin Perdido”, de Ricardo Leite
Por qualquer ângulo que se olhe, uma declaração de amor aos quadrinhos. Ricardo Leite mistura fatos de sua vida, um profundo conhecimento de quadrinhos e sua fértil imaginação para uma fábula sobre sonhos, Arte, vida e... HQs.
“Nos Olhos de Quem Vê”, de Helô D’Angelo
Uma das minhas HQs favoritas, entre nacionais ou estrangeiras, dos últimos anos. Trata-se uma obra de não-ficção que traz uma reflexão profunda, calcada em fatos autobiográficos, da autora Helô D’Angelo sobre conceitos de beleza, autoestima e imagem. Poderia me estender mais sobre este livraço, mas não quero me repetir – já escrevi uma coluna inteira sobre ele.
“Escuta, Formosa Márcia”, de Marcello Quintanilha
Este lindo livro retrata a vida de uma enfermeira que vive e trabalha no Rio de Janeiro contemporâneo, seu cotidiano e sua relação (por vezes difícil) com a filha. Inteligente, humano e sensível, este foi o primeiro quadrinho brasileiro (e único, por enquanto) a levar o prêmio máximo no tradicional Festival de Angoulême, na França. De quebra, ainda foi premiado em Nápoli (Itália), Barcelona (Espanha), Montréal (Canadá) e, claro, no Brasil (Prêmio Jabuti e três categorias do HQ Mix).
“Expressa – Luis Fernando Verissimo”
A revista “Expressa” é um achado e tanto: cada volume é dedicado a trazer material biográfico (entrevista, por exemplo) sobre um grande nome das HQs brasileiras, para depois arrematar com uma bela seleção de trabalhos do artista em questão. Este número que indico é sobre um dos meus contistas favoritos, cronistas favoritos e, claro, quadrinistas favoritos: Luis Fernando Verissimo.
“Quebra-Quebra da Quarta Parede”, de Lucio Luiz e Flávio Luiz
Adoro obras inovadoras. Este “Quebra-Quebra da Quarta Parede”, por exemplo, é um quadrinho que não parece um quadrinho... Trata-se de um pergaminho de cinco metros de comprimento que você tem de o desenrolar para acompanhar a HQ impressa nele – que, aliás, é metalinguística, o que deixa a experiência mais divertida.
Esta coletânea também se enquadra na categoria de obras inovadoras: são 47 autores, entre quadrinistas e ensaístas, que exploram as várias vertentes dos quadrinhos abstratos. Temos artigos e, claro, exemplos práticos que vão de HQs completamente abstratas até composições líricas, passando por surrealismo, metalinguagem e vários tipos de inovações.
“A Insustentável Leveza do Ser”, de Laerte
Toda lista com sugestões de quadrinhos precisa ter uma obra da Laerte? Não, não precisa, mas como ela é incrível e surpreendente, sempre acaba aparecendo... Esta edição reúne quatro HQs publicadas algumas décadas atrás na saudosa revista “Chiclete com Banana”, mas que permanecem tão atuais quanto inovadoras.
Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.
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