Fundação Padre Anchieta

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Asterix, Corto Maltese e Tintim são séries clássicas dos quadrinhos europeus. Protagonistas de álbuns incríveis, tiveram suas histórias criadas, por décadas, apenas por seus criadores. Com a morte ou a aposentadoria dos autores, todas as séries pararam de ser publicadas. No caso de Tintim, estamos sem uma história nova desde 1986. Mas os legados de Asterix e Corto Maltese foram passados adiante, e novos autores continuaram suas sagas. Mas, infelizmente, estas histórias não estão chegando ao Brasil.

O caso de Asterix é o que mais avançou, dos três citados. Os fabulosos René Goscinny (1926-77) e Albert Uderzo (1927-2020) criaram Asterix em 29 de outubro de 1959. Foi uma pareceria de décadas que durou até a morte de Goscinny, aos 51 anos, em 1977. Uderzo levou dois anos para se recuperar e terminar de ilustrar o último roteiro do parceiro (“Asterix Entre os Belgas”, lançado em 1979). No total, a parceria rendeu 24 álbuns protagonizados por Asterix, Obelix, Ideiafix e aquela aldeia repleta de irredutíveis gauleses.

Depois disso, sozinho, Uderzo escreveu e ilustrou os oito álbuns seguintes do herói, começando com “O Grande Fosso”, em 1980, e se aposentando com a publicação de “O Aniversário de Astérix e Obélix - O Livro de Ouro”, em 2009.

Quatro anos depois, uma nova dupla assumiu o enorme legado de Goscinny e Uderzo: os franceses Jean-Yves Ferri (roteiro) e Didier Conrad (arte). Havia expectativa em relação ao que viria, e Asterix entre os Pictos, lançado em 2013, foi bem recebido. Estavam lá a aventura com humor, os trocadilhos, a astúcia de Asterix, a ingenuidade de Obelix, a fofura de Ideiafix... Este álbum e o seguinte, O Papiro de César (2015), saíram no Brasil. Mas parou aí.

Ferri e Conrad ainda lançaram “Astérix et la Transitalique” (2017) e “La Fille de Vercingétorix” (2019), que saíram em Portugal como “Astérix e a Transitálica” e “A Filha de Vercingétorix”. Há poucas semanas, anunciaram que “Astérix et le Griffon” (em tradução livre, “Asterix e o Grifo”) será publicado em 21 de outubro deste ano.

Em um caminho paralelo, temos o aventureiro Corto Maltese, criação máxima do italiano Hugo Pratt (1927-55). Suas aventuras, todas roteirizadas e ilustradas unicamente por Pratt, foram lançadas entre 1967 (“A Balada do Mar Salgado”) e 1991 (“Mu – A Cidade Perdida”).

Houve um hiato de mais de uma década sem aventuras de Corto. Mas, em 2015, saiu “Sotto il sole di mezzanotte”, em que os espanhóis Juan Díaz Canales (texto) e Rubén Pellejero (arte) deram continuidade à saga do personagem. Depois, ainda vieram “Equatoria” (2017) e “Il giorno di Tarowean” (2019).

Os três álbuns novos são inéditos no Brasil, mas não em nosso idioma. Portugal os recebeu como “Sob o sol da meia-noite”, “Equatória” e “Dia de Tarowean”.

Excelentes personagens, um incrível universo criado para eles, com autores contemporâneos sendo respeitosos com os originais. Eu não duvidaria de que há editoras negociando a publicação destes personagens no Brasil. Quem sabe não teremos boas notícias em breve? Tomara!

Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.