Final de semana com Dia dos Namorados. Prevejo flores, presentes e refeições mais calóricas do que o normal. E, claro, muito Amor.
(Escrevi Amor com a primeira letra em maiúscula de propósito: ele merece.)
Aproveitei a data para selecionar seis quadrinhos que trazem abordagens diferentes sobre relacionamentos e, claro, sobre o Amor – não necessariamente com final feliz, mas sempre com muita qualidade. Temos aqui um mangá, um europeu, dois americanos, um nacional e um de super-heróis.
Feliz Dia dos Namorados – mesmo que você esteja solteiro/a... Divirta-se!
“Kimi ni Todoke – Que Chegue A Você”, de Karuho Shiina
A fofura chega a transbordar destas páginas. A mangaká Karuho Shiina nos apresenta a história do romance entre a tímida Sawako e o cosmopolita extrovertido Kazehaya.
A série é longa (30 volumes publicados entre 2007 e 2015) e premiada, tendo vencido o Kodansha Awards de 2008, uma espécie de Oscar dos quadrinhos japoneses.
“Estranhos no Paraíso”, de Terry Moore
Um dos melhores títulos publicados nos EUA nos últimos tempos – foram 107 histórias entre 1993 e 2007, reunidas aqui no Brasil em uma coleção de seis livros. Difícil resumir, mas vamos lá: o erudito e artístico David é apaixonado pela impulsiva Katchoo, que ama sua melhor amiga, a doce e comedida Francine.
Poderia ser só uma comédia romântica, ou um romance cômico – e nada de mal se fosse isso. Mas o talentoso Moore encheu o roteiro com espionagem (ou seja, aventuras), famílias disfuncionais (drama) e segredos, muitos segredos (suspense).
“Valente”, de Victor Cafaggi
Uma excelente tira nacional, compilada em seis ótimos volumes. O talentoso mineiro Victor Cafaggi é um quadrinista cheio de recursos, e os aproveita para contar a história do nerd Valente, um jovem rapaz que... Bom, que se apaixona. <3
Uma saga sensível e engraçada, engraçada e sensível. Vale muito dar uma chance.
“O Casamento do Homem-Aranha”, de vários autores
Tanto a Marvel quanto a DC torcem o nariz para mudar o estado civil de seus protagonistas. É mais fácil fazer uma “história imaginária” (ou seja, que não conta para a cronologia oficial) ou mostrar uma “dimensão paralela” (que também não conta para a cronologia oficial).
O casamento do Homem-Aranha com a divertida Mary Jane Watson foi um desses raros momentos, em uma história bacana e essencialmente fofa.
A Marvel se arrependeu décadas depois e anulou o casamento de uma maneira medonha, então finjo que não sei que eles aprontaram essa.
“Azul É a Cor Mais Quente”, de Julie Maroh
O filme homônimo que adapta esta graphic novel é excelente. Mesmo que você já o tenha assistido, vai se surpreender com a HQ: ela começa com algo impactante e que não aparece nas quase três horas do longa. E esse algo muda todo o peso desta história intensa e dramática.
A francesa Julie Maroh apresenta uma HQ de amor, paixão e transformação, em uma narrativa densa que nos faz refletir sobre relacionamentos. Não à toa, venceu o prêmio de público da edição de 2011 do Festival de Angoulême, o mais tradicional da Europa.
“O Amor Segundo Peanuts”, de Charles M. Schulz
Citado acima, “Azul É a Cor Mais Quente” é tão intenso que quase o tirei da lista. Mas é uma HQ excelente, e nem todo relacionamento amoroso termina com anjinhos tocando violinos. Mas agora preciso apresentar algo mais leve nesta lista... e o que pode ser mais fofo do que Snoopy e sua turma?
O livro reúne pensamentos de Charlie Brown, Lucy, Linus, Schroeder e, claro, do cãozinho mais fofo do hemisfério Norte: Snoopy.
Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.
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