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Sempre fui fã do Aquaman. Achava um dos personagens mais interessantes dos quadrinhos: ele “falava” com os peixes, tinha um uniforme bacana, estava em todas as versões da Liga da Justiça que eu conhecia.

Mais tarde, descobri que o Aquaman era meio alvo de chacotas. Considerado um herói fraco, cujo único poder era falar com peixes. Felizmente, isso mudou. Graças ao filme de poucos anos atrás e, muito antes disso, à excelente fase do roteirista Peter David com o personagem.

Aproveito que a DC Comics celebra, este mês, os 80 anos do herói para fazer uma lista com as oito melhores histórias dele, na minha opinião. É uma lista subjetiva, claro!, mas acho que dá para mostrar um pouquinho da trajetória do rei da Atlântida.

Em paralelo, vou publicar, durante toda a semana, matérias sobre o Aquaman no site Hábito de Quadrinhos, primo-irmão desta coluna: curiosidades (todas as suas cinco identidades secretas, inclusive a de sr. Waterman); oito versões diferentonas do personagem (Aquapato?! Sério?!); quem são os Aqualads e Aquagirls originais e seus sucessores; e a lista com os seus animais parceiros, do cavalo-marinho Imp ao mexilhão Jimmy.

Enfim, vamos às histórias:

1941 – “The Submarine Strikes” (“O ataque do submarino”, em tradução livre), de Mort Weisinger e Paul Norris

A origem de tudo! Esta história é um exemplo da Era de Ouro dos quadrinhos de super-heróis, quando novos personagens surgiam aos borbotões. O Aquaman aqui era só mais uma aposta entre tantas outras – a mesma edição traz a primeira aparição do Arqueiro Verde, que também fez sucesso.

Era um personagem cru, com poderes e uniformes definidos, mas ainda em desenvolvimento – ele não tinha identidade secreta, por exemplo: seu nome verdadeiro era Aquaman.

1956 – “Aquaman's Undersea Partner” (“O parceiro submarino do Aquaman”), de Ramona Fradon

Nos inocentes quadrinhos dos anos 40 e 50, muitos super-heróis tinha parceiros-mirins (sidekicks): Batman & Robin, Arqueiro Verde & Speedy, Capitão América & Bucky... Alguns tinham a companhias de animais: Krypto, o Supercão, passou a voar ao lado de Superman em 1955.

Aquaman foi solitário por muito tempo, até que, em 1956 surgiu... Topo, um POLVO! Começa a ser construída aí uma mitologia das mais únicas dentro dos super-heróis – que pode ser alvo de chacotas ou usada para histórias incríveis, a depender dos autores.

1964 – “The Wife of Aquaman” (“A mulher do Aquaman”), de Jack Miller e Nick Cardy

Homem-Aranha e Mary Jane se casaram em 1987; Superman e Lois Lane, em 1996. Batman, Capitão América, Mulher-Maravilha, Capitã Marvel estão aí solteirões. Mas a mitologia única do Aquaman dava certas liberdades: o herói e a também heroína Mera se casaram em 1964, quebrando uma tradição dos maiores super-heróis da Marvel e da DC de permanecerem solteiros.

(Adoro a capa da revista, com Batman, Robin e Arqueiro Verde usando capacetes especiais para respirarem em baixo d’água, mas com seus uniformes tradicionais...)

1977 – “The Death of a Prince” (“A morte de um príncipe”), de vários autores

Mencionei que a equipe editorial do Aquaman tinha mais liberdade que as demais. Assim sendo, Aquaman e Mera tiveram um filho: Arthur Curry Jr., que tinha o fofo apelido de Aquababy.

Neste dramático arco, em outro momento inédito para os super-heróis da DC ou da DC, o vilão Arraia Negra mata o pequeno Aquababy. Uma ação que repercutiu por décadas nas histórias do Aquaman.

1989 – “A Lenda de Aquaman”, de Keith Giffen, Robert Loren Fleming e Curt Swan

A DC Comics decidiu, em meados dos anos 80, colocar ordem na casa. Sua cronologia era uma bagunça. As histórias dos personagens principais foram recontadas desde a origem. Coube a Giffen, Fleming e Swan traçarem um enredo que reapresentasse o Aquaman aos leitores. Eles conseguiram em uma história reverente à mitologia original, mas ainda assim criativa e atraente.

1990 – “Atlantis Chronicles” (“Crônicas Atlantes”), de Peter David e Esteban Maroto

Curioso: uma das melhores histórias do Aquaman, mas o herói não aparece. Se, na mitologia DC, a Atlântida já foi, milênios atrás, uma nação cientificamente avançada na superfície da Terra, e hoje fica embaixo d’água, o que aconteceu? Quando e como foi a submersão? Como as primeiras gerações sobreviveram? Quando perceberam que podiam respirar embaixo d’água? Peter David é para mim, o melhor roteirista que Aquaman já teve.

1994 – A fase de Aquaman por Peter David

“Atlantis Chronicles” foi só o começo. Peter David pegou a revista mensal do Aquaman em 1994 e fez um ótimo trabalho. Mudou o visual (cabelo comprido, barba, gancho no lugar da mão esquerda). Acima de tudo, mudou a atitude. Um herói marrento, algo arrogante, teimoso, encantador, charmoso... Sabe o Aquaman durão do cinema? Então, surgiu aqui.

2018 – “Aquaman”, de James Wan

Imagine a dificuldade técnica de criar um filme cuja maior parte se passa embaixo d’água. O diretor James Wan conseguiu apresentar um longa divertido, visualmente lindo, bem-humorado e com ritmo, ao mesmo tempo em que apresentava uma digna história de origem do Aquaman – importante ressaltar, muito bem representado pelo carismático Jason Momoa.

Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romanceVenha me ver enquanto estou vivae da graphic novel Púrpura, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.